Com este acordo, a fabricante do iPhone contratará aproximadamente 2.200 funcionários ligados à Intel, além da propriedade intelectual, arrendamentos e equipamentos. A empresa ainda vai ampliar o seu portfólio de patentes de comunicação sem fio, passando de 17 mil. É importante destacar que a negociação vale exclusivamente para modems de smartphones, agora de responsabilidade da Apple. Sendo assim, a Intel continua desenvolvendo modems para PCs, dispositivos para internet e veículos autônomos. Embora confirmado, a compra deve ser finalizada no quarto trimestre de 2019, e depende de ser aprovada pela entidade reguladora dos Estados Unidos, a FCC — Federal Communications Commission. Os executivos das duas empresas comemoraram a conclusão da compra, que deve incentivar ainda mais a implantação da tecnologia 5G. No mesmo comunicado, Johny Srouji, vice-presidente sênior de Tecnologias de Hardware da Apple, reforça a parceria que já havia com a Intel e valoriza a competência da equipe por trás dos negócios.
Fim da guerra Apple x Qualcomm?
Não há dúvidas de que a compra da maioria dos negócios de modems para da Intel é uma resposta que atinge outra gigante americana. A Apple é uma empresa dependente, pois utiliza tecnologia da Qualcomm para os seus aparelhos. Em vista disso, a companhia de Tim Cook paga um preço altíssimo de royalties, tanto é que, em 2017, as duas empresas começaram a recorrer aos tribunais, pois a empresa vem acusando a Qualcomm de cobrar preços abusivos. Tim Cook chegou a afirmar que a Qualcomm cobrava por recursos desconhecidos, que não tinham relações com a Apple, como tecnologia para câmeras e Touch ID. Coincidência ou não, a fabricante do iPhone ainda pede US$ 1 bilhão em indenização por contratos abusivos referentes aos anos de 2007, 2011 e 2013. Já a Intel não conseguiu concluir com sucesso os modems para os iPhones, tampouco o 5G, fazendo com que a companhia de Tim Cook permanecesse a parceria com a sua rival. Para não atingir os clientes, ambas as empresas resolveram fechar um acordo, que rendeu US$ 4,7 bilhões para a Qualcomm. Com a confirmação da compra de divisão da Intel, novos horizontes serão abertos para a Apple. E a guerra com a Qualcomm pode acabar nos próximos anos.