Como o chat permitia o anonimato, alguns funcionários aproveitaram esse recurso para publicar comentários racistas e questionar a eficácia dos protestos motivados pela morte de George Floyd, sem sofrer consequências e represálias. No dia seguinte ao evento, o CEO Ryan Roslansky se desculpou, em nota na rede social, pelo ocorrido. O executivo reconheceu que permitir que funcionários postassem comentários anonimamente foi um erro, e disse que a empresa não ia permitir que isso ocorresse de novo.
‘Todos Juntos’: A conferência sobre diversidade do LinkedIn
Realizada na quarta-feira (03) na plataforma BlueJeans, a videoconferência tinha o objetivo de dar uma chance para a comunidade global do LinkedIn se unir para discutir sobre inclusão e aliança. A vice-presidente de diversidade da empresa, Rosanna Durruthy, conversou com um painel de funcionários sobre suas experiências com o preconceito e discutiu sobre como os colegas de trabalho poderiam ser aliados melhores nesta causa. Funcionários da empresa contaram ao The Verge que ficaram comovidos com a vulnerabilidade relatada pelos colegas e que aprenderam com as histórias que foram compartilhadas neste painel sobre diversidade. A parte do chat era para ser um espaço onde quem assistia podia comentar e enviar perguntas sobre o que estava sendo discutido. Mas, por conta do anonimato, virou um espaço hostil durante o evento virtual. Uma funcionária relatou ao The Verge que ficou pasma ao ler um comentário abertamente racista publicado por um colega de Fiji. “Todo mundo [da empresa] teve acesso à literatura da comunidade negra para entender melhor o que eles enfrentam. Para mim, os comentários dele não foram apenas ignorantes, mas um esforço para nem tentar entender”, disse ela. Outros funcionários se manifestaram, durante o evento, dizendo que se sentiam ameaçados, chocados e destruídos pelos comentários preconceituosos que estavam sendo publicados. Inclusive, essa onda de comentários racistas chegou a ofuscar uma discussão legítima que alguns funcionários estavam tentando conduzir no chat sobre a violência policial contra a comunidade negra. Outro funcionário disse ao The Verge que não é uma surpresa ver que existem pessoas racistas numa empresa em que “48% [dos funcionários] é branca”. “O que mais foi problemático para mim foi [o contexto] que era um evento motivado pelos protestos, copatrocinado pelo nosso grupo de recursos composto por funcionários negros. Então eles postarem esses comentários foi muito insensível”, relatou. Na nota, o CEO do LinkedIn disse: O executivo também apontou que nas próximas videoconferências realizadas pela empresa não será permitido publicar comentários de forma anônima. De acordo com um relatório publicado em 2019, 47,5% dos funcionários do LinkedIn são brancos, 40,3% são asiáticos, 5,9% são latinos e 3,5% são negros. Fontes: Daily Mail, The Verge e Wired