Em um e-mail enviado por Sundar Pichai, CEO da empresa, a todos os seus funcionários na última terça-feira (26), a companhia define pela primeira vez quais serão os passos que irá seguir para o retorno das atividades e a saída de seus funcionários de um regime de trabalho remoto (também conhecido como home office) obrigatório. O mais interessante deste plano é que, ao contrário do que tem sido defendido por alguns empresários aqui no Brasil, este retorno não deverá acontecer da forma mais rápida possível, mas será estendido ao longo de todo o ano de 2020, o que fará com que a empresa só retome ao “normal” em 2021 — e isto caso tudo ocorra como o esperado e não haja uma “segunda onda” de transmissão, o que obrigaria um retorno ao regime de trabalho remoto obrigatório. Além disso, a empresa avisou que, como a grande maioria de seus funcionários deverão continuar trabalhando de suas casas pelo menos até o fim do ano, a empresa dará para todos um bônus de US$ 1000 (ou o equivalente em moeda local para os trabalhadores que estão fora dos Estados Unidos) para que possam adquirir qualquer equipamento necessário para se trabalhar confortavelmente de suas casas.
O plano do Google para o fim do trabalho remoto
De acordo com o plano traçado pelo Google, a empresa começará a reabrir seus escritórios no dia 6 de julho, mas o fará de forma que possa garantir as regras de higiene e distanciamento social a todos os presentes. Por isso, neste primeiro momento apenas 10% dos funcionários alocados em cada prédio serão permitidos retornar aos escritórios da empresa, e esses funcionários deverão respeitar um sistema de rodízio. De acordo com Pichai, este rodízio permitirá que um funcionário só precise sair de sua casa e ir para o escritório uma vez a cada duas semanas, o que garante que essas pessoas fiquem em “quarentena” dentro de casa pelo período recomendado pela OMS, a fim de descobrirem se apresentarão ou não possíveis sintomas de COVID-19 antes de retornarem ao escritório, diminuindo assim a chance de iniciarem uma segunda onda de transmissões dentro da empresa. O e-mail também revela que, neste primeiro momento, a maior parte dos funcionários que retornarão aos prédios serão convocados por seus chefes, o que quer dizer que o retorno inicial será focado em pessoas cuja função necessita ser feita do escritório da empresa e que não conseguem efetuar seus trabalhos com a mesma qualidade de maneira remota. Essas pessoas consideradas como necessárias pelo Google serão avisadas por seus superiores diretos até o dia 10 de junho, mas todos os outros funcionários que não receberem essa convocação poderão também retornar aos escritórios caso tenham interesse, necessitando apenas entrar em contato com seus superiores diretos para definir um dia para este retorno e garantir que a ocupação de 10% do prédio não esteja sendo ultrapassada. Caso tudo ocorra sem problemas, em setembro a empresa começará a permitir que um número maior de pessoas retorne para seus escritórios, aumentando o limite de lotação de cada prédio para 30% da capacidade, mas ainda mantendo a ideia de rodízio. Isto permitiria que mais pessoas retornassem a seus escritórios, mas numa lotação que ainda permite que todos possam manter as medidas necessárias de distanciamento social. Apesar das medidas de retorno, a mensagem do Google deixa claro que os funcionários ainda devem considerar o trabalho remoto como a opção principal, e se a atividade deles não exige um retorno aos escritórios que eles continuem trabalhando de casa. E, para garantir que isto seja feito de maneira segura e confortável, além do bônus de US$ 1000 para a compra de equipamentos de trabalho (como mesas, cadeiras, webcams e computadores), a empresa também está adequando suas regras para permitir que funcionários se transfiram momentaneamente para outras localidades a fim de ficarem mais próximos de seus familiares. Fonte: Google