Inclusive, algumas delas já estampam camisas oficiais de grandes times do futebol nacional como patrocinadoras. Além disso, neste ano deve acontecer a regulamentação das apostas, potencializando ainda mais o mercado de jogos no Brasil. Se você quer entender mais sobre como está o cenário dos jogos de apostas no Brasil e como as plataformas estão se articulando para garantir o jogo responsável, chegou ao lugar certo. Reunimos todas as informações necessárias para quem ainda tem dúvidas sobre esse nicho de entretenimento e também trazemos as expectativas de um ano que promete ser transformador para os jogadores que já se divertem.
O que são jogos de apostas online?
Pôquer, blackjack e bingos, assim como as apostas esportivas, são alguns dos jogos que fazem parte do leque dessa categoria que ganha cada vez mais adeptos em suas modalidades digitais. No Brasil, essas atividades são legalizadas desde dezembro de 2018, desde que o site de apostas seja registrado em outro país que permita os jogos. Ou seja, o território nacional ainda não possui uma regulamentação das apostas. Porém, a H2 Gambling Capital já estima que o mercado de apostas no Brasil, somando meios legais e ilegais, movimenta cerca de 2 bilhões de euros por ano (cerca de R$11.997.617.749,56). Muitas empresas, inclusive aquelas bastante atuantes em outras vertentes dos games, já implementam as apostas no catálogo de entretenimento. Um grande exemplo é a SEGA, estabelecida como uma das maiores provedoras de pachinko no Japão, um jogo de aposta comum no país. Vale mencionar também a Konami.bling Capital, braço da distribuidora focada em consultoria de jogos e apostas. Logo, cria-se o questionamento: o que falta para o Brasil começar a atingir esse patamar? O que falta para a regulamentação de jogos e o que vem depois dela?
Como funciona o atual mercado de apostas no Brasil?
Desde a legalização dos jogos de apostas em 2018, diversos avanços aconteceram. São cerca de 450 sites atuantes, movimentando cerca de 12 bilhões de reais por ano. Entretanto, sem regulações específicas, o Brasil só conta com arrecadação de forma indireta, caso o apostador faça o saque de dinheiro de volta para o Brasil e declare imposto de renda sobre a atividade. Logo, as plataformas atuais, todas estrangeiras, geram arrecadação para os países onde estão baseados, não para o Brasil. O que deve mudar isso é o Projeto de Lei 442/91, que regulamenta os jogos de apostas, com previsão para ser votado em fevereiro de 2022. Atualmente, existem modalidades de apostas populares referentes ao Campeonato Brasileiro, por exemplo, como apostar durante um jogo no próximo escanteio ou cartão amarelo, que, em termos de velocidade e aleatoriedade do resultado, começam a se aproximar de outros jogos de apostas. Todos esses novos tipos de jogos estão sendo introduzidos para atender às preferências dos consumidores em constante evolução. Esses fatores, paixão pelo futebol e um possível mercado regulamentado, criam um cenário ideal para o desenvolvimento de regras que beneficiem o país de várias maneiras, principalemente no âmbito econômico.
O que muda a partir da regulamentação das apostas?
A regulamentação das apostas muda a base de tributação. Ao considerar o valor do prêmio, a contribuição para a seguridade social e o imposto de renda incidente sobre a premiação, é possível criar cálculos para “repasses legais”, fonte de investimento na educação, segurança pública e entidades desportivas, além dos recursos para cobertura de despesas de custeio e manutenção do operador. Desta maneira, as licenças serão concedidas por meio de leilões, com responsabilidade fiscalizadora dos jogos por conta de órgão regulador e supervisor federal. Após a regulamentação, partimos para a etapa da construção de confiança no mercado de jogos, com foco na segurança dos dados e no jogo responsável como potencializadores de crescimento do setor.
Mecanismos de proteção e ferramentas de jogo responsáveis
Um estudo da Playtech, maior fornecedora mundial de softwares de jogos online e apostas esportivas, descobriu que três de cada quatro brasileiros são a favor do uso de Inteligência Artificial (IA) para ajudar a detectar e prevenir problemas de jogo. No Brasil, 76% dos entrevistados responderam positivamente quando perguntados se as empresas de apostas deveriam usar a Inteligência Artificial para detectar jogadores de risco. Quando perguntados por que se sentiam assim, 51% disseram que, enquanto a privacidade dos dados for protegida, isso garantiria que os jogadores fossem mantidos seguros. Já outros 25% disseram que prevenir problemas de jogo é mais importante do que proteger dados privados. Quando se trata de problemas de jogo e vício, os brasileiros são cautelosos. Dois terços dos brasileiros consideram o empréstimo de dinheiro para jogar (64%) como a característica comportamental que eles acham mais preocupante entre os jogadores. A segunda e terceira respostas mais populares, com 58% e 57%, respectivamente, foram os traços comportamentais de emprestar dinheiro para jogar, pagar dívidas e mentir para a família. Enquanto isso, 20% temem perder todo o seu dinheiro enquanto apostam online ou se tornam viciados em jogos de azar, destacando a importância de mecanismos de proteção e ferramentas de jogo responsáveis. Em entrevista ao Showmetech, o diretor de política da Playtech, Francesco Rodano, explica que a possível regulamentação do Brasil tem sido foco da Playtech há bastante tempo. Há um projeto de lei relacionado ao jogo na Câmara dos Deputados que data de 1991, e outro no Senado desde 2014, e estão sendo debatidos até hoje. A implementação da lei e a efetiva abertura do mercado estão agora previstas para este ano, ainda que, dada a complexidade do processo, isso não seja 100% certo. “O Brasil é particularmente muito importante para nós e para o resto da indústria. O tamanho maciço da oferta de jogos e a forte paixão dos brasileiros por esportes sugerem que tem potencial para se tornar um dos maiores mercados regulamentados do mundo“, comenta Rodano. “Não só trabalhamos incansavelmente para evitar que o problema de jogo surja, mas também para identificar clientes potencialmente em risco e antedê-los com intervenções de jogo mais seguras sob medida. Essa abordagem de duas pontas de detecção e prevenção precoce é extremamente reforçada pelo uso da IA, que analisa os dados dos jogadores anonimamente e fornece insights valiosos com base em vários tipos de comportamentos do jogador“, frisa Rodano acerca da responsabilidade das empresas que oferecem o serviço de entretenimento. O braço de análise da Playtech, BetBuddy, é um software capaz de classificar o risco do jogador usando dados anonimizados e learning machine, ao mesmo tempo em que reconhece que todos os jogadores são diferentes. O módulo de IA fornece uma lista de mais de 70 marcadores de risco individuais para cada jogador, permitindo uma intervenção personalizada e mais eficaz. Existem muitas maneiras de interagir com jogadores em risco, desde mensagens básicas de e-mail até entrevistas pessoais realizadas por especialistas e até psicólogos. Todos os operadores devem poder ativar a intervenção mais adequada em função do nível de risco de cada jogador. “Na Playtech, desenvolvemos uma ferramenta de interação de primeiro nível que está se mostrando muito valiosa. Estamos testando mensagens in-play, geralmente pop-ups, cujo conteúdo é personalizado e adaptado aos marcadores de risco individuais. Em nossos testes, as intervenções personalizadas orientadas por IA provaram ser até vinte e uma vezes mais eficazes no desencadeamento de uma ação de jogo responsável“, afirma o diretor. Para finalizar, Rodano demonstra desejo por maior cooperação em toda a indústria de jogos. “Existem muitas iniciativas e testes de aprendizado de máquina sendo realizados por diferentes operadores, mas muitas vezes as descobertas não são compartilhadas entre si. Proteger a saúde e melhorar o bem-estar de cada um de nós deve ser um esforço conjunto de toda a indústria, e não uma forma de obter uma possível vantagem competitiva. Ao compartilhar nossos sucessos e especialmente nossos fracassos, podemos aprender coletivamente e tornar a indústria do jogo sustentável a longo prazo“.
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Entenda porque o TSE pode suspender o Telegram no Brasil por fake news nas eleições. Fontes: Exame, Playtech