Propósito e recursos

O estudo foi realizado tendo como base adolescentes e adultos que consomem cannabis com certa regularidade. O fato desse consumo crescer, a nível mundial — uma vez que vários países liberaram o consumo recreativo ou terapêutico da maconha –, traz uma preocupação de saúde pública no que tange aos possíveis efeitos que esse psicoativo pode trazer aos usuários. Os efeitos sobre as funções cognitivas foram os que mais se destacaram, intensificados quando em pessoas mais jovens, pois estes ainda possuem atividades cerebrais em desenvolvimento. A pesquisa realizou uma meta-análise de 10 estudos na área, representando mais de 43.000 participantes, a partir de artigos publicados nas plataformas PubMed, PsycINFO, Web of Science e Google Scholar.

Impactos analisados

Entre as atividades mais afetadas, o estudo procurou analisar as seguintes atividades cognitivas: funções para execução de tarefas ou atividades, aprendizado e memória, atenção, rapidez no processamento de informações, funções motoras e funções linguísticas. As características que mais se destacaram de forma negativa foram as de aprendizado verbal e memória fotográfica, que se mostraram afetadas durante e após o período de utilização da substância. De pouco a moderado, a execução de tarefas ou atividades foi a mais afetada. Em alguns resultados vimos processos inibitórios e de flexibilidade, e os danos moderados estão relacionados ao trabalho de memória geral e tomada de decisão. A velocidade no processamento de informações e a atenção foram identificadas como afetadas de forma leve a moderada; os problemas neuro cognitivos também foram observados em jovens com consumo mais intenso de maconha. Os resultados ainda apresentaram que não há tanta diferença na capacidade de fala e simples tarefas motoras entre usuários e não usuários de cannabis. Alguns pesquisadores dizem que os efeitos no consumo de cannabis podem ser aliviados com o tempo, desde que sejam considerados o período de consumo e a quantidade consumida. O Dr. Alexandre Dumais ainda continua sobre este tópico:

Especialistas discordam

Ainda sobre esse mesmo estudo, a doutora Rebecca Siegel, psiquiatra clínica, afirma que apesar do consumo de maconha ser, de fato, prejudicial, ainda há a utilização medicinal e não há estudos precisos para discernir o nível que pode causar problemas aos usuários. Outros profissionais também se posicionaram nesse sentido: Michele Ross, PhD em neurociência, também evidencia alguns benefícios que a maconha pode trazer aos usuários.

Conclusão

De acordo com todos os dados coletados e analisados, a pesquisa chegou à conclusão de que o consumo de maconha leva a problemas cognitivos leves a moderados em diversas áreas. E isso não se atém ao momento pelo qual a substância está sendo consumida, mas também por algum período após a intoxicação. Apesar do estudo, há também outros profissionais igualmente capacitados que se posicionam sobre os benefícios no consumo de cannabis. Apesar de a pesquisa não ter sido realizada de forma generalizada, estes especialistas afirmam ser necessária uma análise sob uma ótica mais específica.

Sobre o estudo

A revista científica, Society for the Study of Addiction, que divulgou os dados dessa pesquisa, entrevistou mais de 43.000 pessoas para a conclusão do estudo. Este ainda pertence ao Departamento de Psiquiatria e Vícios da faculdade de Medicina da Université de Montreal, em Montreal, Canadá. O responsável pelo estudo foi Jean O’Reilly. Além deste, outros institutos, estudiosos e pesquisadores também estão envolvidos.

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