Esta força da marca ficou clara na última terça-feira (26), quando a divulgação do relatório fiscal do primeiro trimestre da loja mostrou resultados bem melhores do que o esperado para uma marca que foi obrigada a fechar mais de 60% de suas lojas, o que fez com que as ações do grupo (identificadas na B3 como MGLU3) disparassem, fechando o dia com alta de 6,75%.
A estratégia online do Magazine Luiza
Este resultado positivo em meio à pandemia foi conseguido com a adoção de uma estratégia de vendas conhecida como omnichannel, que tem o objetivo de diminuir as diferenças existentes entre as experiências de compra online e offline, aprimorando a experiência do cliente e permitindo que a loja consiga uma convergência completa de suas atividades físicas e virtuais. Esta estratégia abrange não apenas coisas como SAC online e outras ferramentas comuns a qualquer e-commerce, mas também campanhas voltadas não exatamente para vendas em si mas para o bem estar dos clientes, como a introdução de um botão dentro do app da loja para que mulheres possam denunciar que são vítimas de violência doméstica. De acordo com Frederico Trajano, presidente do Magazine Luiza, o sucesso desta estratégia não é algo novo, e a marca apresenta crescimento contínuo no comércio eletrônico nos últimos 3 anos. O CEO ainda afirmou que o grande responsável pelo crescimento no primeiro trimestre deste ano foi o sucesso do Parceiro Magalu, a plataforma da empresa que permite que qualquer pessoa se torne um vendedor do Magazine Luiza que recebe apenas por comissão, e que permite também que qualquer pequeno lojista crie sua própria loja online dentro do site do Magalu. Uma publicação compartilhada por Lu do Magalu (em ?) (@magazineluiza) em 26 de Mai, 2020 às 1:23 PDT A plataforma do Parceiro Magalu foi lançada apenas alguns dias depois que a empresa anunciou o fechamento de suas lojas físicas, e ocorreu no mesmo momento que decretos estaduais começaram a obrigar qualquer comércio que não fosse um serviço essencial a fechar suas portas. E, exatamente neste momento em que muitas pessoas perdiam o emprego e pequenos lojistas não sabiam como pagar as contas com o comércio fechado, o marketing maciço do Parceiro Magalu em praticamente todas as formas de mídia vendeu a plataforma como uma solução para os problemas dessas pessoas, e fez com que o público começasse a enxergar o Magazine Luiza como o “sistema operacional do varejo”.
Preparado para o pior
Tudo isto não quer dizer que o Magazine Luiza está tranquilo e não foi afetado em nada durante este período da pandemia: segundo o último relatório fiscal da empresa, o fechamento das lojas físicas diminuiu drasticamente os lucros da empresa (já que as vendas em loja física costumam ter uma margem de lucro maior do que as feitas na loja virtual) e o aumento da inadimplência no Luizacred são fatores que podem deixar os investidores preocupados. Mas, de acordo com diversos analistas de mercado, esses resultados negativos devem ser ignorados, e o ponto importante que deve ser focado por todos são os resultados positivos que a empresa obteve em sua operação online, que no primeiro trimestre de 2020 teve um crescimento de 73% em relação ao mesmo período do ano anterior, e os indicadores apontam para uma alta de mais de 200% no segundo trimestre deste ano, o que é um claro indicador de que a companhia passa por uma aceleração de seu comércio eletrônico. Mesmo que a rentabilidade da empresa esteja em jogo caso haja uma demora para a reabertura de suas lojas, os números do setor online do Magalu a colocam como um forte candidato para dominar todo o e-commerce brasileiro após o fim da pandemia, e é esse otimismo que está sendo refletido no recente salto do valor de suas ações. Claro, a crise do novo coronavírus também forçou os concorrentes da empresa a investir em uma estratégia omnichannel, mas Trajano garante estar pronto para este crescimento na concorrência que reduziria as vantagens competitivas atuais do Magalu, e que não acredita que uma empresa que comece a adotar esta estratégia só agora consiga superar os 10 de desenvolvimento de um negócio omnichannel do Magazine Luiza. Fonte: MoneyTimes, Infomoney (1) (2)