Tradicionalmente, os ganhos do segundo trimestre privilegiam alguns setores da empresa, como a linha Surface. No Q2 do ano passado, a linha de computadores e periféricos da Microsoft também percebeu alta, e agora as receitas da linha já se aproximam dos US$ 2 bi (R$ 8,47 bilhões). A recente expansão da linha, que ganhou os modelos Surface Laptop 3, Surface Pro 7 e Surface Pro X, no ano passado, certamente tem peso no aumento de 6% nas vendas em relação a 2019. Num futuro próximo, a Microsoft ainda pretende lançar um par de fones de ouvido para a linha Surface e os dispositivos Surface Neo e Surface Duo, sendo o primeiro um computador com duas telas e Windows 10X, e o segundo um smartphone com duas telas rodando Android. Somada a isso, a renovação de modelos como o Surface Book e Surface Go deve tornar o segmento de hardware da empresa ainda mais importante para os lucros. Com o relatório, a empresa ainda revela ter retornado US$ 8,5 bi para os investidores, considerando dividendos e a recompra de ações. O CEO da companhia, Satya Nadella, ainda afirmou que a empresa está “inovando em todas as camadas de suas tecnologias diferenciadas e liderando áreas que são cruciais para o sucesso dos consumidores”. Na oportunidade, Nadella ainda disse que a empresa se preocupa em construir tecnologias inclusivas, seguras e sustentáveis.
Games em queda, Windows em alta
Se as vendas vão de vento em popa nos PCs, o segmento de games da empresa, que envolve os jogos para Windows e Xbox, registrou quedas: no período citado, a receita com games caiu 21%, com apenas o Xbox responsável pela queda de 11%. Segundo a gigante de Redmond, as expectativas são de que os números continuem caindo, ao menos até o setor de games ganhar fôlego com a chegada da nova geração de consoles. Enquanto a venda de games e consoles cai, o foco da empresa se volta para assinaturas. Em 2020, a Microsoft investirá ainda mais no Xbox Game Pass, que permite ao usuário acessar um vasto catálogo de games ao preço de uma só mensalidade. Além disso, tal qual fez a Google com o Stadia, a companhia se prepara para lançar, em breve, seu próprio serviço de jogos baseados na nuvem, o xCloud. Apesar dos resultados não serem os melhores, a empresa enfrenta uma fase de transição no mercado de games e tem diversas propostas para o futuro. Tal fato, por si só, mostra que as vendas devem melhorar com a próxima geração de consoles e, caso os jogos por streaming ganhem espaço, a Microsoft já estará pronta. Partindo para o Windows, que há tempos deixou de ser a maior fonte de receita da empresa, as notícias são melhores. O fim do suporte para o Windows 7 diminuiu os gastos operacionais com um produto que já não gera ganhos. Além disso, os incentivos na transição do antigo sistema para o atual Windows 10 fizeram a empresa ver a maior alta no segmento desde 2011. Na prática, foram mais PCs vendidos e, consequentemente, mais licenças do sistema operacional sendo ativadas. As receitas com o Windows cresceram 18%, enquanto o total de ganhos comerciais com o sistema subiram 25%. Esses ganhos englobam inclusive a receita obtida a partir de outros serviços inclusos no sistema. As assinaturas do programa Office 365, por sua vez, continuam sendo uma enorme fonte de renda, registrando incríveis 32,2 milhões de assinaturas e aumento de 19% em receita.
Office e nuvem ainda são os grandes trunfos da Microsoft
Os números não mentem: além do aumento nas assinaturas do Office 365, e os ganhos atrelados a isso, são os serviços de nuvem da empresa que geram os ganhos mais promissores. Chamado pela Microsoft de “Nuvem inteligente“, o setor inclui o Azure, plataforma de cloud computing da Microsoft, e outros serviços baseados em nuvem. No segundo trimestre de 2020, o Azure cresceu 62% e os ganhos com toda a nuvem inteligente, 27%, atingindo US$ 11,9 bi (R$ 50 bilhões). No geral, os três pilares que compõem as receitas da Microsoft registram os seguintes números:
Office, LinkedIn e Dynamics (Produtividade e Negócios) – US$11,8 bi, com aumento de 17%Azure e serviços empresariais (Nuvem inteligente) – US$11,9 bi, com aumento de 27%Windows; Surface; Xbox e jogos; publicidade do Bing (Computação Pessoal e Mais) – US$13,2 bi, com aumento de 2%
Conforme esperado, as maiores expectativas de crescimento da Microsoft estão no Office e em outros serviços baseados na nuvem. Embora ainda seja a parte mais rentável da companhia, o setor de computação pessoal se baseia em produtos com baixo potencial de crescimento, como o Xbox e o Windows. Já a aquisição do LinkedIn, em 2016, serviu para variar ainda mais as operações da gigante e segue rendendo frutos, com um crescimento de 24% para o período relatado. Fonte: The Verge