A pesquisa ainda afirma que a evolução tecnológica deve, de uma forma ou outra, afetar todos os empregos do continente, e que quase todos os trabalhadores da Europa verão algumas responsabilidades de suas profissões e expectativas como profissionais serem mudadas na próxima década por causa da influência da tecnologia.
Mais robôs, mais empregos
Mas, apesar das descobertas, o estudo não traz uma conclusão pessimista — muito pelo contrário. Isto porque ele mostra que o aumento da contratação em outros setores irá superar em muito as perdas causadas pela substituição de trabalhadores por robôs — tanto que a Europa deverá ter cerca de 6 milhões de vagas de emprego — que não serão preenchidas por conta da falta de trabalhadores qualificados até o final de 2030. Essa falta de trabalhadores deverá acontecer porque, enquanto os avanços da tecnologia criarão novas vagas de emprego para suprir aquelas que serão extintas, isso deverá acontecer mais rápido do que os trabalhadores conseguirão estudar e se qualificar para assumir essas novas vagas. Isso deverá ser ainda mais comum em cidades como Paris e Londres, que deverão concentrar a maior parte dos empregos criados pelas novas tecnologias, mas que não possuirão um número suficiente de gente qualificada para ocupá-los. Por isso, algo que será extremamente necessário para as empresas nos próximos anos será a ideia de captação e treinamento de pessoal, permitindo que pessoas que hoje ocupam vagas de trabalho que serão substituídas pelas máquinas estejam prontas para assumir os novos postos que serão criados com a utilização desses robôs.
O que esperar do futuro do emprego?
De acordo com o estudo da McKinsey, trabalhadores de linha de produção e no setor do agronegócio serão os que mais perderão espaço com o avanço das tecnologias, pois são esses que muitas vezes ocupam posições “braçais”, serviços que exigem muito mais o domínio de uma única técnica do que a capacidade cognitiva de raciocinar e se adaptar a diferentes possibilidades — e, por isso, podem ser mais facilmente substituídos por robôs. Curiosamente, boa parte desses empregos que serão extintos pelo uso de robôs são os mesmos que mais correm risco de serem extintos este ano por causa da pandemia de COVID-19. Ao mesmo tempo, esse aumento do uso de robôs deverá aumentar as oportunidades no setor de serviços, principalmente nas áreas de saúde, serviço social, áreas técnicas (tanto em nível profissional, com serviços de reparo, quanto em nível acadêmico, na área de pesquisas) e no setor de educação (já que haverá a necessidade de se criarem novos cursos para capacitar os trabalhadores a lidarem com as novas tecnologias). O estudo aponta isso como algo positivo para a sociedade em geral, pois deverá ser o fim de trabalhos tediosos que exigem a repetição em exaustão de uma única tarefa, e um aumento das vagas em serviços que exigem pensamento crítico para a solução de problemas. Investir em habilidades técnicas, científicas e matemáticas continuará sendo importante, mas se fará ainda mais necessário treinar os novos trabalhadores em habilidades que envolvam inteligência emocional e empatia. Assim, será esperado do trabalhador do futuro não apenas que ele possua pensamento crítico aprimorado e consiga pensar em soluções criativas para problemas, mas também possam interagir bem com outras pessoas, compreender as dificuldades delas e ensiná-las a superar essas dificuldades – tarefas que exigem um tipo de inteligência emocional que talvez nunca possa ser emulado por um robô. Também espera-se que esses trabalhadores estejam familiarizados com o conceito de “aprendizado ao longo da vida”, que exigirá que eles nunca parem de estudar e estejam sempre aprendendo habilidades novas ao longo da carreira, pois a automação do mercado de trabalho deverá significar também a “morte” do emprego tradicional da época de nossos antepassados, em que você aprendia uma única habilidade de trabalho e continuava dependendo apenas dela para o sustento até o final da vida. Fonte: ZDNet