O que é o Programa Lunar Artemis?
O Programa Lunar Artemis é o plano da NASA em nos levar novamente à Lua, dessa vez mais equipados e preparados para conseguirmos recolher, estudar e analisar mais da superfície e outros aspectos do satélite. Dessa vez o grupo será composto, também, por uma mulher e outra pessoa de etnia não-branca. O Programa ainda será dividido entre etapas:
Missão Lunar Artemis I: Nessa primeira parte, serão enviados o SLS (Space Launch System, novo foguete especial construído para o Programa Lunar Artemis) e a nave espacial Orion, sem tripulantes, para testar a capacidade dos mesmos de chegarem a salvo na Lua;Missão Lunar Artemis II: Em sequência, a segunda Missão também enviará o Orion pelo SLS, porém com a devida tripulação completa.
Explicando um pouco melhor como funciona o lançamento: a equipe ficará à bordo da nave espacial Orion que é lançada no espaço pelo foguete Space Launch System, mais conhecido como SLS. Tudo isso deve começar em 2022, com a NASA enviando equipamentos tecnológicos bem como instrumentos à superfície da Lua, deixando com que as Missões do Programa enviem — por enquanto — apenas a tripulação responsável pela exploração. A Missão Lunar Artemis I, tem data prevista para em 2022 e a Missão Lunar Artemis II, com previsão para 2024. A Missão Lunar Artemis I, além de ser um evento para teste, também contará com a presença de um manequim como capitão da nave espacial: o Comandante Moonikin Campos. Este “boneco” possuirá em si o traje que será utilizado pelos tripulantes, por consequência enviados na Missão Lunar Artemis II, e contará ainda com sensores para registrar níveis de vibração, radiação e aceleração da viagem, a fim de oferecer à NASA todas as informações necessárias para a segurança dos, de fato, posteriores tripulantes.
Como será o lançamento
O foguete responsável por levar a tripulação, SLS (Space Launch System) é composto por tecnologias específicas para o Programa Lunar Artemis, ou seja, construído para resistir a viagem para fora da órbita, bem como ter a capacidade de comportar a nave espacial Orion e sua tripulação. Na parte externa, o foguete possui tanques de combustível com tecnologias para alavancar até 4 naves espaciais — após o lançamento do SLS, estes tanques serão soltos e dispersos em pleno oceano. Então, o SLS seguirá seu rumo com dois pares de 5 impulsionadores para o foguete. Agora sobre a nave espacial, Orion, ela terá capacidade para comportar até 4 astronautas (semelhante à New Shepard, da Blue Origin). Mas diferente desta e outras naves espaciais, a Orion possui capacidade de alterar sua temperatura interior para momentos necessários, como quando a nave retornar à orbita terrestre e precisar readaptar a temperatura da cápsula.
Objetivo do Programa Lunar Artemis
Apesar de ser um Programa para explorar a Lua, a NASA quer utilizar toda essa experiência para que a missão à Marte fique cada vez mais próxima da realidade. Além disso, o Programa Lunar Artemis também pretende encontrar água e outros recursos necessários para a exploração quando nos referimos a longo prazo. Também será realizada uma série de investigações relacionadas aos mistérios do satélite em locais inéditos, como o Polo Sul da Lua, para que possamos aprender mais sobre nosso planeta, o universo e como viver e se adaptar na Lua para que possa se tornar uma estação espacial quando a missão para Marte puder ser uma realidade. A viagem da Terra para a Lua é de três dias, ou seja, uma vez que o Programa Lunar Artemis estiver estabelecido e todas as dúvidas — ou a maioria delas — estiverem sanadas, instalar uma estação espacial na Lua para a possível exploração em Marte será um avanço jamais visto antes na história da humanidade. Vale lembrar que mesmo utilizando de uma estação na Lua, ir para Marte despenderia de uma viagem de três anos.
Tecnologias relacionadas
Além de tudo que já foi dito sobre o Programa Lunar Artemis, também há alguns outros recursos que a NASA quer utilizar para melhorar a experiência da tripulação e todo o Programa em si. Um deles é o já citado — na legenda da imagem acima — Lunar Gateway, um ponto estratégico instalado na órbita lunar, conhecido como “estação espacial”, que deverá servir como um local onde os astronautas poderão reabastecer seus suprimentos e combustível de suas naves para que prossigam em suas missões. Também temos o CAPSTONE (Cislunar Autonomous Positioning System Technology Operations and Navigation Experiment, algo como “Experiência de Navegação e Operações Tecnológicas do Sistema de Posicionamento Autônomo Cislunar“, que nome gigante, né?). Ele será uma máquina do tamanho de um micro-ondas que funcionará como intermediador entre as naves espaciais ou estações espaciais próximas, usando o sistema Lunar Reconnaissance Orbiter de comunicação. Em mais uma das tecnologias de apoio para o Programa Lunar Artemis, temos os locais de aterrissagem. A NASA está procurando parcerias comerciais que possam construir este recurso para que, quando mais de uma nave espacial chegue à Lua, possa ficar ali por pelo menos algumas horas. Os locais de aterrissagem atuais comportam apenas uma pequena estadia dessas naves. Programado para envio à Lua em 2023, o VIPER (Volatiles Investigating Polar Exploration Rover, algo como “Rover de Exploração e Investigação Polar Volátil”) é um automóvel — mais se assemelhando a um robô — que fará buscas na própria Lua à procura de gelo, bem como outros possíveis recursos que podem estar debaixo da crosta do satélite. Além dessa busca necessária, o rover VIPER ainda fará uma completa varredura em três locais cuidadosamente escolhidas pela NASA para maior e melhor compreensão de toda a extensão destes locais.
Por que “Artemis”?
De acordo com a NASA, o nome “Artemis” foi dado ao Programa por ter relação com a primeira viagem à Lua e seu respectivo nome: Apollo. Artemis e Apolo, na mitologia grega, eram irmãos gêmeos, e além disso, Artemis também era a deusa da Lua. Então o retorno do homem à Lua é personificado pelo nome dessa deusa que é tão emblemática para a NASA e todos nós.
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Confira tudo sobre a missão Inspiration4, que levou quatro civis ao espaço. Fonte: NASA.