A obra premiada foi Cumbe, lançada no Brasil em 2014 pela editora Veneta. A HQ se baseia em relatos e documentos reais para narrar as histórias de quatro escravos durante o período colonial brasileiro. “A obra ‘Cumbe’ é parte do momento singular do quadrinho nacional, representado por inúmeros autores com uma excelente produção. Já houve outros brasileiros premiados com o Eisner e, nessa toada, certamente ainda teremos mais obras reconhecidas nacional e internacionalmente“, disse D’Salete em uma postagem no Facebook. Ele produziu Cumbe com um processo de pesquisa que começou em 2004. Usando leituras sobre o quilombo dos Palmares, o autor construiu a obra premiada e outra HQ, chamada Angola Janga e lançada em 2017 também pela editora Veneta. O nome Cumbe é de origem quimbundo, que significa força, fogo, luz e simboliza as tentativas dos quatro escravos das histórias, que tentam, cada um à sua maneira, lutar contra a escravidão. Desde sua publicação no Brasil, Cumbe também já foi lançado nos Estados Unidos, França, Áustria, Itália e Portugal. Nos EUA, a HQ recebeu o nome Run for It e foi publicada pela Fantagraphics no ano passado, em 2017.
Prêmio Eisner 2018
Chamado até de “Oscar dos quadrinhos”, a premiação reconhece artistas do gênero em categorias como Melhor Roteirista, Melhor Artista e Roteirista, Melhor Minissérie, Melhor História para Crianças, etc. Nesse ano, o Eisner chegou a sua 30ª edição. Os ganhadores foram anunciados na última sexta-feira, durante a Comic Con de San Diego. O prêmio é entregue anualmente, desde 1988, na SDCC. Grandes nomes dos quadrinhos como Art Spiegelmann (que ganhou, inclusive, um Pulitzer com MAUS), Frank Miller, Alan Moore e Chris Ware também já venceram a premiação. Marcelo D’Salete se uniu agora ao time de brasileiros que já foram reconhecidos no Eisner, como como Fábio Moon, Gabriel Bá e Rafael Albuquerque. E aí? Já leram Cumbe? Conhecem quadrinhos brasileiros? Comentem abaixo!