Embora o aparelho tenha sido lançado com o preço sugerido de R$ 3.399, já é possível encontrá-lo por quase mil reais a menos. E para saber se ele realmente faz jus à categoria premium, o Showmetech passou as últimas semanas avaliando o modelo. Na análise que você confere logo a seguir, conheça os principais pontos positivos e negativos do smartphone e saiba se ele vale ou não o seu investimento.
LG G7 ThinQ em resumo
Prós
Câmera wide-angle não fica tão atrás da lente principal; Preço mais baixo que o dos concorrentes; Mantém porta para fones de ouvido; Som é de altíssima qualidade
Contras
Design poderia ser mais ousado; Ainda está com Android Oreo
Design
O G7 ThinQ é um smartphone importantíssimo para a LG. Em 2018, a fabricante coreana viu suas vendas caírem vertiginosamente, e o visual mais sério do aparelho – sem excessos ou detalhes marcantes – é uma receita que procura não desagradar nem aos gregos e nem aos troianos. Para parte frontal do G7, por exemplo, a LG escolheu um display de 6,1 polegadas que ocupa 82.6% da frente do aparelho. A adoção do notch, que abriga a câmera frontal, os sensores de luz e proximidade, além do alto-falante para chamadas, permitiu que o atual topo de linha da LG fosse pouco maior que o seu antecessor, mantendo quase a mesma pegada. Na parte de trás, o LG G7 é acabado em vidro e, assim como na frente, tem proteção Gorilla Glass 5 contra riscos e arranhões. Ao menos nessa cor que testamos, o aparelho também traz um acabamento perolizado. Embora pareça preto na maior parte do tempo, é possível perceber que, na verdade, o vidro traseiro é de um azul bem escuro. Ainda na parte traseira é possível encontrar o leitor de impressões digitais, que por sinal está muito bem localizado e é fácil de alcançar, e também o conjunto ótico do aparelho, com duas câmeras, um flash LED e o laser que ajuda as câmeras a focarem mais rapidamente. Partindo para as laterais, o G7 continua sóbrio. Assim como em todo topo de linha desse ano, a moldura é feita em alumínio e pintada em preto brilhante. Vale ressaltar que, além de dar um aspecto ainda mais sério ao aparelho, a pintura o deixa mais agradável na mão. É diferente de um aparelho com acabamento fosco. Apesar de ter achado o G7 racional demais nos primeiros dias em que o testei, acabei gostando do seu visual conforme o tempo passou. Isso não muda o fato de que dele ainda é racional demais e dificilmente atrairá tantos olhares quanto um Xperia XZ2 ou um Galaxy S9, mas é preciso admitir que o visual tem seus méritos, principalmente quando falamos de resistência e ergonomia. Ergonomia porque o LG G7 é um dos topos de linha mais confortáveis de se segurar. Já o ponto forte na resistência vem do fato do modelo ter sido avaliado em padrões militares, passando por testes de impacto, mudança de temperatura, pressão, umidade, vibração e outros. Por ter sobrevivido a mais de 10 testes em laboratório, o smartphone recebeu a certificação militar MIL-STD-810G. Adicionalmente, o G7 também tem proteção contra danos por água e poeira (IP68), podendo ficar até 30 minutos submerso em água doce a profundidades de até 1 metro e meio.
Tela
Com 6.1 polegadas, a tela do G7 ThinQ também tem resolução QHD (1440×3120 pixels) e é dimensionada no aspecto 19.5:9 – mais espichado. Combinada com o tamanho da tela, a definição resulta em 564 pixels por polegada, um valor que torna as imagens muito nítidas. Caso o usuário visualize conteúdos também em alta definição, o resultado é uma imagem sem serrilhados ou quaisquer distorções. Assim como é de praxe nos modelos da marca, o painel utilizado no G7 é IPS. Apesar do IPS não ter a mesma capacidade de desligar seus pixels individualmente, como o AMOLED, o aparelho exibe pretos muito profundos. Assim como os modelos da Samsung, o LG também traz a função Always On Display, que mantém a tela parcialmente ligada o tempo todo, exibindo notificações e outras informações importantes sem gastar muita energia. Em suma, a tela do LG G7 é tudo o que se espera de um topo de linha. É muito colorida, tem pretos bem escuros e é compatível com a maioria das tecnologias recentes, como o HDR10 e o DolbyVision. No entanto, o grande diferencial dessa tela é o brilho. Além de ser naturalmente bem brilhante, o display conta com um modo ampliado, que aumenta a intensidade da luz e a torna bem mais fácil de se ver em ambientes externos. Como o recurso aquece o aparelho e gasta consideravelmente mais bateria, o aumento de brilho é temporário – alguns minutos depois de ativá-lo, a tela volta para sua intensidade normal. No que diz respeito à personalização, as configurações de tela permitem alterar as configurações de cor e temperatura da tela, e também reduzir a resolução de QHD para Full HD e HD, o que pode ser interessante para poupar bateria. Nesses mesmos ajustes, o usuário também pode personalizar o notch do G7. É possível disfarçá-lo com um fundo preto ou deixá-lo ainda mais evidente, com um fundo colorido.
Áudio
A LG tem dedicado um pouco dos seus smartphones à experiência de áudio desde o G5. No G7 ThinQ, a fabricante continua a inserir um conversor DAC de altíssima qualidade – esse componente converte os arquivos de áudio em formato digital para o formato analógico, e fazem a reprodução do som ser mais próxima da gravação original. Mas a grande novidade das caixas de som do G7 ThinQ é o que a fabricante chama de “Boombox“. Dentro do smartphone, o alto-falante é montado de uma forma que o faz utilizar o próprio corpo do aparelho como uma caixa de ressonância, o que deixa o som muito mais alto e potente. Com isso, ao escutar uma música com o volume máximo no LG G7, o áudio chega a fazer o aparelho vibrar – mas ainda assim é cristalino, com pouquíssimas distorções (considerando o fato de ser um smartphone). Os falantes do G7 também são certificados pela DTS e possuem as tecnologias de som espacial da empresa. Ao ouvir música no modelo, pude conferir todas essas tecnologias e verificar que estamos falando de um dos smartphones mais altos disponíveis Brasil. E com tanta qualidade sonora, é claro que bons fones de ouvido não poderiam faltar. O acessório fornecido pela LG tem bom acabamento e um ótimo som espacial. Nas músicas, o som é profundo e envolve o usuário – enquanto nos diálogos ele fica mais claro e inteligível. Assim como fez no G6, a LG também investiu nos microfones do G7 ThinQ. Segundo a fabricante, o aparelho consegue reconhecer a voz do usuário mesmo quando ele está distante – e o áudio capturado em vídeos, gravações de voz e chamadas também costuma ser bem claro. Por falar em chamadas, não entendo porque o G7 ThinQ não utiliza o falante de chamadas para incrementar o alto-falante principal, que funciona sozinho. Essa, aliás, é a única reclamação a ser feita sobre o som do aparelho, já que o falante principal não é frontal e é facilmente obstruído pelas mãos do usuário.
Câmeras
O G7 ThinQ é equipado com três câmeras. Uma frontal, de 8 megapixels e abertura f/1.9, e duas câmeras traseiras – a principal, com 16 megapixels e abertura f/1.6, e a secundária, que traz uma lente grande angular, abertura f/1.9 e também tem 16 megapixels de resolução. Falando primeiro da câmera frontal, há de se parabenizar o trabalho feito pela LG, principalmente se lembrarmos que, no G6, as selfies tinham uma qualidade sofrível. Em ambientes com boa luz, a frontal do G7 capta bons níveis de detalhes e não abusa da redução de ruído, deixando as imagens nítidas – como elas devem ser.
Clique para ver as fotos da câmera frontal
Durante a noite, as imagens tendem a sair mais borradas, mas esse não é um defeito exclusivo do aparelho da LG – praticamente todos são assim. No que diz respeito ao HDR, a câmera frontal também faz um bom trabalho, equilibrando as cores e a quantidade de luz para que não haja excesso (e nem falta) de claridade. No software da câmera frontal, o usuário pode escolher filtros e adesivos para personalizar suas fotos. Além disso, o G7 ThinQ traz um modo retrato para as selfies (que não funciona tão bem quanto na câmera traseira, mas quebra um galho). Caso o usuário queira controles manuais na câmera frontal, terá de se contentar com o ajuste de exposição e a opção de ligar ou desligar o HDR, nada mais.
Clique para ver as fotos da câmera principal
Partindo para a câmera traseira principal, temos especificações suficientes para fazer belíssimas fotos. Além da abertura e resolução já citadas, esta câmera tem foco a laser e estabilização ótica – o que ajuda as fotos noturnas e os vídeos em geral saírem mais nítidos. Apesar de fazer boas fotos, vale citar que o sensor fotográfico utilizado no G7 é relativamente pequeno (tem 1/3 de polegada) e por isso pode apresentar um pouco de ruído em ambientes com pouca luz. Felizmente, o software da LG ficou muito bem calibrado e consegue amenizar o defeito sem sair borrando tudo. Com a câmera em modo automático, as fotos tendem a sair um pouco mais claras e azuladas do que eu gostaria. Porém, essa é mesmo uma questão de gosto e, caso o usuário também não curta tanto os resultados do modo automático, ficará feliz em saber que há um modo manual bem completo e que permite fazer fotos lindas – com cores vibrantes e ótimos níveis de detalhe.
Clique e compare as imagens das câmeras principal e wide-angle
Na última e terceira câmera do G7 ThinQ, a LG repetiu a receita de incluir lentes angulares – que permitem capturar um cenário mais amplo. No Brasil, vemos isso em aparelhos da LG desde o G5 SE, porém, desta vez, a câmera secundária não fica tão atrás da principal quando o assunto é qualidade de imagem. Em ambientes escuros, ela ainda sofre mais que a câmera principal, porém, não acredito que isso seja um problema tão grande, já que câmeras angulares em smartphones são pensadas para fotografar paisagens e outros cenários com muita luz natural. Nos locais com uma boa quantidade de luz, a câmera dá um verdadeiro show, pegando um cenário muito maior que a câmera principal e sem distorcer a imagem, vale citar. Assim como as demais fabricantes, a LG entrou na onda da inteligência artificial e traz um modo IA, disponível nas três câmeras, que tenta identificar o contexto da foto e aprimorar os ajustes de cor e luz para a foto sair mais bonita. Ao usar o tal modo, realmente notei uma melhora considerável nas fotos, que se tornaram mais vívidas. Porém, não há como negar que, assim na maioria dos demais smartphones, esse papo de inteligência artificial não passa de um modo automático melhorado e com um nome chamativo. Por fim, sob uma análise geral, as câmeras do LG G7 são boas. Contudo, elas estão mais para uma evolução do que para uma revolução. Em comparação com o LG G6, é possível dizer que os pontos fortes foram mantidos e os pontos fracos amenizados – mas novos recursos ou funções não foram adicionados.
Hardware e desempenho
Debaixo do capô, o LG G7 traz o pacote indispensável para que seja considerado um topo de linha do ano. O processador é o Qualcomm Snapdragon 845, com oito núcleos de processamento e velocidade máxima de 2,8GHz. A GPU, que vem junto do processador e é como se fosse a placa de vídeo do aparelho, é uma Adreno 630 – modelo que tem capacidade de sobra para executar qualquer jogo disponível no momento. Na RAM e no armazenamento, o G7 ThinQ traz 4GB e 64GB, respectivamente. Embora a opção com 6GB de RAM e 128GB de armazenamento não esteja disponível no Brasil, é pouco provável que um usuário mediano ou avançado sinta falta de RAM ou memória num futuro próximo. Há aqueles, no entanto, que realmente precisam de mais espaço para guardar fotos e outros arquivos, e por isso o modelo da LG suporta cartões de memória de até 512GB. Como o G7 brasileiro suporta dois chips de operadora, é importante citar que, ao inserir um cartão de memória, o usuário fica impedido de utilizar um segundo chip, já que os espaços são compartilhados. Ao conferir o restante das especificações, é possível encontrar ainda o GPS, com A-GPS e GLONASS, rádio FM, bluetooth 5.0 (que é mais rápido e econômico que os anteriores), NFC, giroscópio, acelerômetro, barômetro, bússola e o sensor de proximidade. Na parte de conectividade e rede, o G7 tem 4G Cat18, suportando velocidades de 1174 Mbps para download e 75 Mbps para upload. Se na teoria o LG G7 parece bem promissor, na prática ele também é. Durante os testes de desempenho, em nenhum momento o modelo apresentou travamentos ou engasgos, e executou todas as tarefas solicitadas sem fazer esforços. Esse comportamento é exatamente o que se espera de um topo de linha moderno. Com relação aos concorrentes desse ano, é pouco provável que o usuário note alguma diferença de velocidade. Contudo, caso você esteja com um LG G6 e cogite o upgrade para o G7 ThinQ, o aumento na performance será perceptível – tanto porque o novo aparelho é muito ágil quanto porque o processador utilizado no G6, na época em que ele foi lançado, já não era dos mais recentes.
Sistema e Recursos
A interface do G7 é montada sobre o Android 8.0 Oreo e em breve deve ser atualizada para o 9.0 Pie. Como o visual da UI foi atualizado ano passado, com a chegada do LG G6, não vimos muitas mudanças esse ano – tanto no design quanto nas funcionalidades, o software continua praticamente o mesmo. Para aqueles que não conhecem a interface da LG, no entanto, vale citar que ela está em seu melhor momento. Por anos a fabricante foi criticada por ter um software de gosto duvidoso e, na LG UI 5.0 lançada com o G6, corrigiu boa parte dos problemas. O mais bacana é que além de ser visualmente agradável, a nova interface é bastante original, com soluções diferentes do que vemos no software da Samsung, Sony, Asus e outras. O sistema do LG G7 também é bem limpo e prático. Isto porque, fora os aplicativos de produtividade (relógio, galeria, player de música e outros), que são necessários, a interface não traz nenhum bloatware. Os menus, botões e funcionalidades também são fáceis de se entender e usar, o que é essencial para qualquer interface que se preze hoje em dia.
Confira algumas capturas de tela do sistema
Por fim, dentre as funções do sistema que achei importantes de se citar, destaco a presença do botão específico para o Google Assistant. Embora não seja tão raro apertá-lo por engano, ele acaba sendo bem mais útil que o botão para a assistente Bixby nos smartphones da Samsung – até porque, convenhamos, o Google Assistente é muito melhor que a Bixby. Fora isso, destaco também a facilidade com que o LG G7 se comunica com outros aparelhos da marca. Caso você tenha uma TV LG, um ar-condicionado LG ou qualquer outro eletrônico da empresa moderno o suficiente para se conectar ao aparelho, controlá-los a partir desse smartphone é extremamente fácil.
Bateria
Com uma bateria de 3.000mAh, o G7 ThinQ está na média dos demais aparelhos do mesmo ano e categoria. Ainda assim, ele nos surpreendeu positivamente nos testes de autonomia, já que conectado apenas no Wi-Fi, o aparelho suportou mais de cinco horas de reprodução ininterrupta de vídeo (com o brilho no máximo) e perdeu apenas 50% da carga nesse meio tempo. É claro que utilizando o aparelho com redes 4G ou jogando boa parte do dia, essa autonomia deve diminuir. No entanto, os testes feitos com o G7 ThinQ foram os mesmos que faço com outros smartphones, o que me fez achar que ele se saiu bem. Por outro lado, a autonomia em standby não é das melhores – isto porque o modelo tem uma tela IPS e ainda assim traz o recurso Always On Display, que tela ligada literalmente o tempo inteiro. Caso você ache a autonomia do seu G7 ThinQ ruim, recomendo desativar esse recurso e dar uma olhada nas configurações de energia do aparelho. Se a situação ainda assim não for satisfatória pra você, é provável que o carregador fornecido na caixa amenize o problema, já que carrega 50% da bateria em apenas 30 minutos, e leva pouco mais de uma hora para completar a carga.
E aí, vale a pena?
Como disse mais acima, comecei a testar o G7 ThinQ achando ele racional demais. Isto porque, à primeira vista, ele não inova em nada do que vimos no G6 – no máximo, aprimora. Contudo, após passar alguns dias com o aparelho, admito que a evolução no lugar da revolução também pode ser benéfica. No ano passado, o LG G6 foi eleito o melhor smartphone lançado pela fabricante nos últimos tempos – e o G7 ThinQ conseguiu tornar essa receita de sucesso ainda melhor. Dito isso, continuo recomendando o LG G7 para alguém que gosta de smartphones racionais, isto é, modelos com um bom custo-benefício, ótimas câmeras e ótima tela, ainda que não tragam recursos que chamem tanta atenção. Acredito que o G7 ThinQ tem potencial para agradar tanto aqueles que já gostam de smartphones da LG, já que ele supera bem os problemas de modelos anteriores, quanto aos novos usuários, já que o topo de linha tem todos os atributos de um celular premium e custa até um pouco menos que os concorrentes.