Em 2016, a Apple anunciou a primeira grande mudança no MacBook Pro desde a introdução da tela retina, em 2012. Na época, o MBP chamou atenção pelo seu redesign, ficando bastante parecido com o MacBook de 12 polegadas, só que com mais poder de fogo. Com mais portas USB-C, um trackpad imenso, novo teclado borboleta 2.0 com Touch Bar (uma barra sensível ao toque no lugar dos botões de função), Touch ID e até integração com a Siri, este seria o MacBook que eu finalmente ia chamar de meu, para aposentar o MacBook Pro de 2010. Já os problemas do aparelho, citados por grandes veículos internacionais, falam sobre a Apple ter optado pela sexta geração de processadores Intel (e não a sétima), além de um relatório nada favorável do Consumer Reports não recomendando a compra do aparelho, porque a bateria não entregava as 10 horas prometidas. O lado bom da história é que uma atualização de software resolveu o problema da bateria e a Consumer Reports fez as pazes com o MBP – mas foi só neste ano, após o anúncio da WWDC 2017, que a Apple finalmente implementou a sétima geração de processadores Intel ao modelo. Portanto, sem nenhum rastro de problema com bateria e contando com a sétima geração dos processadores Intel, a Kaby Lake, apresento para vocês, senhoras e senhores, uma análise completa do MacBook Pro de 13 polegadas com Touch Bar da Apple. Vale ressaltar que diferentemente da maioria dos reviews publicados neste site, o MacBook não foi cedido pela fabricante, mas comprado.

Pontos positivos

Computador leve; Sensor Touch ID rápido para desbloqueio; Som potente

Pontos negativos

Teclado barulhento; Fim do MagSafe; Não é possível usar cabos da Apple para carregar o iPhone/iPad/Apple Watch nele, já que ele só usa USB-C.

Design

Em uma época que o device mais importante da vida das pessoas é o celular, só quem entra em uma loja de eletrônicos sabe o quão satisfatório é ver o logo da Maçã destoando de todos os computadores. Não me leve a mal, mas o MacBook Pro é lindo. Com 1,49 cm de espessura (quando fechado) e 1,35 kg, o MacBook Pro é fino e leve, cabendo em qualquer mochila e fazendo isso sem deixá-la pesada. O acabamento dele é feito em alumínio e, das três cores disponíveis, Dourado, Prateado e Cinza Espacial, foi a terceira que eu escolhi. Tudo no MacBook parece premium. Ao abandonar o logotipo brilhante, tão marcante da geração anterior, a Apple conseguiu dar um visual ainda mais ‘clean’ para ele: com 13,3 polegadas, a tela retina ultrafina praticamente salta aos olhos e é tão boa, ou até melhor, que qualquer outra tela Full HD de outros notebooks do mercado. Ao abrir o computador, a primeira coisa que o usuário percebe é o trackpad: ele é imenso. Maior que um iPhone 7 Plus, a melhor parte dele é que você pode tocar em qualquer extremidade que a sensação de clique será a mesma – o que facilita muito na hora de arrastar documentos e arquivos de uma extremidade à outra. Falando em iPhone 7, quem já apertou o botão Home sabe qual é a sensação ao clicar este MacBook Pro. Graças ao Taptic Engine, o usuário estará clicando em um belo nada, mas o sensor dá a sensação de que há um clique. O mesmo quase vale para o teclado borboleta 2.0 presente por aqui. Essa foi a solução da Apple para deixar as coisas mais finas. Com essa tecnologia, a “viagem” que o dedo faz no teclado é muito menor do que em outros notebooks; o que, no fim das contas, acaba deixando as teclas muito barulhentas, sendo impossível digitar perto de alguém com sono leve (acredite). Nas laterais do teclado, há pequenos vazamentos para a saída de áudio, o que deixa os alto-falantes mais discretos e acaba trazendo uma composição muito elegante para o conjunto da obra. Nos cantos do MacBook, é possível encontrar duas portas USB-C de cada um dos lados (totalizando quatro), sendo o lado direito agraciado também com uma entrada P2 para fones de ouvido. Para finalizar, não podemos nos esquecer do Touch Bar: em cima do teclado há essa barra preta sensível ao toque e que é customizável de acordo com a aplicação aberta. Os únicos botões ‘de verdade’ são o de ligar/desligar, que tem o Touch ID embutido, e a Siri que fica do lado esquerdo deste (mas que também faz parte da barra).

Hardware

O modelo que eu escolhi foi o de entrada com Touch Bar. Com 256GB SSD de armazenamento interno, o processador de sétima geração Intel Core i5 de 3,1 GHz, 8GB de RAM e placa Intel Iris Plus Graphics 650 não tenho palavras para questionar a potência do computador. Embora existam opções bem mais em conta que um MacBook Pro (falaremos do preço lá embaixo) e com especificações ainda melhores, a Apple tem uma fórmula “secreta” que resolve qualquer 2GB de RAM em um iPhone 7: isso se chama otimização. Também falarei sobre o macOS muito em breve, mas na minha experiência de quase dois meses com ele, este MacBook já escreveu alguns reviews, como o da QLED TV, do Jaybird X3 e até o do Xperia XA1 Ultra; confesso que o MacBook nunca me deixou na mão. É óbvio, um produto premium novo não tem o direito de te deixar na mão. Justamente por isso, a inicialização dele é imediata e os aplicativos abrem instantaneamente. Ao editar o unboxing do Moto G5S Plus no iMovie, pude notar a mesma coisa: sem engasgos, sem delay e uma renderização extremamente rápida. Veja bem, eu sou jornalista e querendo ou não, a análise será feita em cima das minhas necessidades. Eu precisava de um computador que atendesse aos seguintes requisitos: ser portátil, que não pesasse na mochila, que fosse rápido, me ajudasse com edições de vídeo esporádicas e que funcionasse com os meus outros aparelhos (um iPhone e um iPad). Ao usuário que se pergunta “eu também faço a mesma coisa, mas não é melhor pegar um MacBook Air ou só o Macbook?” Talvez, mas tudo o que você ganhar em design, vai perder em potência. E, querendo ou não, a vida útil do MacBook de 12 polegadas será menor que a do MacBook Pro. Em relação a saída de som do aparelho, é impressionante como a Apple fez um bom trabalho: o som é claro, alto e não apresenta distorções. Tem apenas um porém que faz as mensagens de voz no Whatsapp Web, especificamente, ficarem mais graves que o normal – mas não dá pra saber se é mesmo culpa do aparelho. Já a respeito da câmera para FaceTime, a famosa webcam embutida, a resolução é de 720p – o que faz um bom trabalho na hora de usar o próprio FaceTime ou o Skype. O mesmo vale para o teclado retroiluminado, que agora ilumina apenas as letras e não as bordas.

Software

O macOS é o software exclusivo da Apple para os seus Macs. Atualmente na versão 10.12 Sierra, o sistema deve ser atualizado para o High Sierra ainda em setembro. De maneira geral, a atualização do software deve deixar ainda melhor o desemprenho do aparelho. Explico: O macOS 10.13 High Sierra trará refinamentos ao sistema e diminuirá o peso dos arquivos de fotos e e-mails pela metade, além de trazer a voz da Siri com mais naturalidade. Voltando ao Sierra: é comum ouvir de não-usuários da Apple, que “não gosto de Mac, porque é complicado de usar”. Uma coisa é verdade, quando estamos acostumados com um PC com Windows, tudo parece errado. A aba de fechar a janela fica do lado oposto, os programas ficam flutuando na tela e ainda há um Dock com os aplicativos. Há sete anos, quando coloquei as mãos no meu primeiro MacBook, pensei a mesma coisa “ih, e se eu não conseguir usar esse computador por ser difícil?” A verdade é que no mesmo dia, tudo parecia muito natural. Pelo fato da Apple otimizar o seu software com o hardware, tudo funciona perfeitamente. Entre as facilidades do macOS está a integração com o iMessage, para troca de mensagens com usuários que têm iPhone, iPad ou iPod touch, além do FaceTime para fazer ligações em áudio e video. Se você utiliza o ecossistema da Apple, a situação fica ainda melhor: com o Mail você pode configurar todas as suas contas de e-mail e tê-las nos seus outros iDevices; já com o Photos, além da Apple não vender as suas informações como outros serviços, basta assinar um pacote do iCloud e ter toda a sua biblioteca na nuvem (e em todos os dispositivos), assim como o Apple Music.

Como usuário do sistema, configurar um MacBook novo foi muito simples. Eu liguei o notebook, coloquei o meu Apple ID e pronto: todas as minhas coisas estavam aqui. Isso acontece graças ao iCloud, que sincroniza até mesmo a “Mesa” do MacBook, me dando acesso a qualquer documento nele pelo iPhone ou iPad. O AirDrop é a maneira ‘bluetooth’ da Apple de enviar documentos do iPhone para o Mac em apenas um instante. Em cobertura de eventos, eu só tiro a foto com o celular, compartilho-a via AirDrop e pronto, a imagem pula no Dock do Mac. Para o usuário de primeira viagem, você também vai ter a chance de ver o iTunes e o Safari funcionando da maneira correta: o iTunes não trava e o Safari é a melhor escolha de navegador para o sistema da Apple. Vale notar que apesar da “descrição simples” de como as coisas funcionam no MacBook Pro, não é preguiça do autor de detalhar o uso do aparelho, é que realmente é fácil assim. Ao passar dois dedos no canto esquerdo do trackpad para a direita, você abre uma Central de Notificações e de Widgets, que funciona de maneira similar ao encontrado no iOS 10 na própria central do iPhone. O sistema macOS é o verdadeiro “novo começo” para um usuário que queira sair do Windows.

Usabilidade

Embora eu tenha colocado a minha experiência em “hardware” e “software”, algumas coisas precisam de seções próprias. Seja pelas portas USB-C, pelo Touch Bar, ou pelo fato de qualquer MacBook ser, ou não, um notebook para games e afins.

Portas USB-C

A Apple fez uma decisão arriscada, ou “revolucionária”, como costuma dizer quando tira uma função que todo mundo usa – como a entrada de fone de ouvido do iPhone 7. Neste caso, a Apple tirou toda porta que não fosse USB-C. A empresa deve planejar um futuro com menos cabos, ou cabos iguais, mas vejamos: se o usuário tem um iPhone de 2016, ele não consegue espetá-lo no MacBook Pro de 2016, ou seja… alguma coisa de errado não está muito certo. De qualquer maneira, enxergo o USB-C de maneira positiva, mas também negativa. O lado bom é que é possível carregar o Macbook em qualquer porta – e o cabo de força tem 2 metros. Por outro lado, para os desastrados de plantão, basta uma enroscada no fio e o MacBook já era: a porta MagSafe, descontinuada, por outro lado, previa esse possível incidente. Como uso o iCloud, o Photos e o Apple Music, de fato, não vejo necessidade de espetar um cabo USB no computador, mas a cada evento que eu vou, os assessores dão pendrives com as informações dos lançamentos. Sabendo dessa limitação, diferente do que diversos vídeos mostram de uma vida cheia de adaptadores com o novo MacBook, escolhi uma solução simples e bonita que é o Nonda, um adaptador de USB-C para USB padrão, da cor Cinza Espacial, que quebra um galho quando vou a um evento ou por alguma eventualidade preciso colocar o iPhone nele. Há outros adaptadores, maiores até, com entradas HDMI, duas portas USB, USB-C e até slots para cartão de câmera. Uma solução dessas já beira os R$250, mas também é só uma opção. Não digo que necessitar de tantas adaptações é algo bom, mas se você está pronto para dar adeus aos cabos ou se a maioria das suas coisas estão na nuvem, o MacBook Pro é ideal. O problema real é no MacBook de 12 polegadas com uma única porta para tudo o que você precisar fazer.

Touch Bar

O Touch Bar foi o que me convenceu a comprar o MacBook Pro de 2017. Mais especificamente, o Touch ID. Eu sei que o Apple Pay ainda não chegou ao Brasil, mas a longo prazo, essa parece uma escolha certa, que vai valorizar o aparelho e fazê-lo durar mais. De maneira geral, o meu uso com a Touch Bar é para aumentar e diminuir o volume da música e do brilho. Para um usuário comum, infelizmente, ele pode parecer um belo de um desafio, embora não seja necessário mais do que dois toques para realizar qualquer função. A Apple trouxe para o Touch Bar a predição de palavras na hora de digitar, mas para mim não faz sentido ficar olhando para a barra esperando o que ela descubra o que eu vou digitar, uma vez que é muito mais simples e prático digitar no notebook. Já o lado bom, com um pequeno toque de ironia, são as predições de emoji, o que deixa tudo mais divertido!? Alguns aplicativos como o Mail, Notas, Word e o iMovie têm barras específicas e com funções como “negritar”, “novo e-mail”, “centralizar”, “arquivar” e por aí vai. O lado ruim do Touch Bar é que às vezes, enquanto estou digitando, o dedo esbarra no botão de volume. Na Siri não acontece tanto, mas é um tanto quanto incomodo ter que policiar o dedo anelar para não encostar na barra durante uma digitação rápida.

Siri no MacBook

A Siri no MacBook é quase tão efetiva quanto no iPhone: infelizmente, não muito. Embora ela compreenda bem o português, as tarefas que ela pode fazer são simples, conforme a imagem mostra. Ela também não tem suporte ao “Hey Siri”; o que de alguma maneira faz sentido, senão era capaz do iPhone disparar junto toda vez que você a chamasse. Para mim, a Siri parece um “a mais” no design do Touch Bar do que uma função primordial.

Touch ID no MacBook

Conforme falei rapidamente, o uso do Touch ID no MacBook é interessante para autorizar a transferência de aplicativos pela App Store do Mac e para desbloquear o aparelho, mas vale notar que o sensor funciona igual no iPhone: quando você desliga o aparelho, ele precisa da senha para ser ativado. A dica é deixar o MacBook para bloquear após um minuto sem mexer nele para aproveitar a função.

Games no Mac

A Apple nunca fez do MacBook uma plataforma gamer, apesar futuro e poderoso iMac Pro. Se você gosta de jogar “jogos mais exigentes”, não me leve a mal, mas é melhor optar por um PC ou um PS4, até mesmo pela questão da disponibilidade dos jogos.

Bateria

De acordo com o site da Apple, o MacBook Pro de 13,3 polegadas com Touch Bar de 2017 pode aguentar até 10 horas de navegação sem-fio, 10 horas de filmes no iTunes ou até 30 dias em standby. Para escrever este review, por exemplo, estava com o Mail aberto e reproduzindo música pela iTunes, via Apple Music, usando os AirPods (portanto com o bluetooth ligado). A bateria foi de 100% às 09h30 a 20% às 14h30, ou seja, 5 horas de uso, metade do prometido nas condições ideais. Mesmo assim, é possível chegar a umas sete horas com algum esforço. Pode ser que o High Sierra melhore a autonomia da bateria. No entanto, para um MacBook Pro, era esperado que a autonomia dele fosse um pouco maior. Em relação ao carregamento, em torno de uma hora é o suficiente para carregá-lo até 100%.

Preços e considerações finais

O MacBook Pro com Touch Bar é um excelente notebook. Se o Touch Bar é dispensável? Talvez seja. Poderia ter outras portas além do USB-C? Provavelmente não. Ele é veloz, fino e leve, mas a bateria deixa a desejar. Outro ponto negativo dele é o preço: R$ 13.899,00 na loja oficial da Apple. Mesmo nos Estados Unidos, o preço praticado está bem acima do que as pessoas estão dispostas a pagar: US$ 1.799,00. É possível encontrá-lo no Mercado Livre e sites de venda online com um preço abaixo da casa dos R$10.000,00. O que faz as pessoas optarem por um PC é justamente o preço, mesmo outras empresas como a Samsung e LG vendem os seus notebooks topo de linha na faixa dos R$8.000,00. O MBP em 2010 custava R$3.499,00 e, sete anos depois, com a crise e o aumento do dólar, o aparelho ficou R$10.000 mais caro. Por fim, se você já é usuário de Mac e quer trocar o seu antigo laptop, a dica é juntar dinheiro, preparar o cartão de crédito e parcelar. Comprar o modelo anterior também pode valer a pena, como é o caso do MBP de 2016, que já tem o novo design. Para um usuário de PC que quer entrar para o ecossistema Apple, o Mac é um passo para nunca mais voltar para o Windows-Android.

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