O Moto Z2 Force é a aposta da Motorola para 2017. O smartphone foi apresentado no Brasil no final de agosto, junto com os novos Moto G5S e G5S Plus. Esta também é a primeira vez que a linha Z Force desembarca no país. Ano passado, tivemos o lançamento do Moto Z, que a Motorola, até então identificada como a sua dona, Lenovo, fez uma forte campanha para pularmos os 7 – os iPhone 7 e Galaxy S7. Agora, a empresa aposta em uma abordagem menos agressiva, mais colorida e com um ar retrô do “Hello Moto”. Enquanto a grande novidade do aparelho é a sua tela à prova de quedas, será que isso é o suficiente para o consumidor pular os 8 – iPhone 8 e Galaxy S8 – ou até fazer uma atualização do Moto Z para o Z2 Force? Confira a análise completa abaixo.

Pontos positivos

Smartphone rápido e fluido; Tela inquebrável; Câmera traseira dupla

Pontos negativos

Não tem entrada para fone de ouvido padrão; Fotos deixam a desejar; Mesmo design do ano passado

Design

O maior trunfo da Motorola pode ser também o seu ponto mais fraco em relação ao seu top de linha desse ano. Pelo lado bom, se você tem um Moto Z Play ou Z, é possível usar os Moto Snaps, acessórios modulares, do seu aparelho antigo, no novo Z2 Force. Bacana, né? Ao mesmo tempo, a empresa sacrificou o design novo no aparelho, apresentando, visualmente, o mesmo smartphone do ano passado, com uma pequena mudança: o jogo de câmeras duplas na parte de trás. Essa jogada, como explicada no parágrafo acima, faz parte da estratégia de marketing da empresa que disse que os Snaps existentes seriam compatíveis com os novos smartphones da linha Z por mais este ano.

Outro ponto negativo do Moto Z2 Force é que ele ficou parecido com todos os lançamentos da Motorola de 2017. Apesar do material ser diferente, é possível ver a similaridade entre um Moto E4 Plus, Moto G5 e Moto Z2 Play. De acordo com a Motorola, essa escolha faz parte da estratégia da empresa de reforçar a marca para o consumidor. O problema é que quem gasta R$ 3.000 em um novo aparelho, também espera que o design dele seja algo único.  Por exemplo, antes de anunciar o Galaxy S8, a Samsung deixou a linha A parecida com o Galaxy S7. Quando apresentou o novo top de linha, trouxe um design totalmente diferente.

As bordas do Moto Z2 Force

2017 também é marcado pelo ano que os top de linha ganharam um design praticamente sem bordas: Galaxy S8, iPhone X, LG G6, Google Pixel 2 XL e até mesmo o intermediário LG Q6. A Sony e a Motorola acabaram ficando de fora. Não me entenda mal, o Moto Z2 Force traz uma familiaridade reconfortante. Com uma tela de 5,5 polegadas, o smartphone tem uma pegada boa. As bordas não são absurdamente grandes. Ele conta com o dual flash na parte da frente, a câmera de selfie, e na parte inferior há um leitor de impressão digital e um “moto” escrito. A borda direita é marcada pelos botões de volume e força, na parte de cima há a entrada para dual-chip e na parte inferior, apenas a entrada USB-C para carregamento. Atrás temos o jogo de câmeras duplas, a traseira em metal e os conectores, em dourado, dos Moto Snaps. De resto, tudo aquilo de smartphone mais fino e revolucionário ficou para trás no discurso da Motorola. Em “Design” também quero citar a tecnologia Shattershield presente na tela que mesmo se você for um desastrado, o celular ficará intacto – pelo menos no display. Afinal, isso não é tudo o que queremos? Não gastar com telas quebradas? É sim!

Hardware e Software

  Aqui vemos a melhor parte do Moto Z2 Force: o seu processamento. E falando de smartphone Android, fica difícil achar um celular disponível no Brasil que bata de frente com ele. Com o processador Snapdragon 835 e 6 GB de RAM, eu sei que você já viu essas especificações em outros top de linha, mas aqui vem a mágica do sistema operacional Android “puro” da Motorola. Desde agosto, uso um Galaxy S8+ como o meu smartphone principal e foi em dois aplicativos que me fizeram notar como o conjunto hardware e software do Moto Z2 Force é melhor: Pokémon GO não trava, nem nas Batalhas de Reide com lendários (é, eu sei) e nem em aplicativos como Uber e Cabify, que o S8 não consegue me mostrar o carro chegando até o endereço que estou.

  Contando isso, você pode esperar um celular fluido e que responde às suas ações na hora. Seja ao usar as redes sociais, apps de música ou jogos, são sempre uma experiência muito boa. Falando do software, o Moto Z2 Force roda o Android 7.1.1. Diferente das outras fabricantes, não há diversos apps pré-instalados, o que é bom. A Motorola opta por usar apenas as soluções do Google para os seus smartphones, apesar dos 64 GB disponíveis no Z2 Force, quase 18 GB (!!!) são ocupados  pelo “sistema”. De resto, a navegação pelo celular é agradável. Vale citar que o leitor de impressão digital do aparelho é bem rápido: é só encostar nele que o smartphone vibra e mostra a tela desbloqueada. Lembre-se que o sensor não é um botão, mas pode ser usado com as “Moto Ações”, que permitem gestos para facilitar o uso do smartphone.

Bateria

A bateria do Moto Z2 Force é mais simples do que o modelo anterior: 2.730 mAh. No uso diário, isso se traduz em um dia normal-para intenso de uso do aparelho. Já com o Moto Snap de bateria extra, você consegue transformar esse uso em até dois dias, pensando que o smartphone vai passar praticamente o tempo todo ligado. Isso mostra que mesmo reduzindo o tamanho da bateria, a autonomia do aparelho continua muito boa. O Moto Z2 Force também conta com o carregamento rápido da Qualcomm e em 15 minutos você consegue mais 6 horas de autonomia. Em pouco mais de uma hora, com o aparelho desligado, dá para chegar de 0 a 100%.

Câmeras

Câmera frontal

Um ponto sempre muito polêmico da Motorola são as suas câmeras. De fato, a empresa não optou por muitos megapixels em seu topo de linha, com apenas 5 MP na câmera frontal. O ponto positivo, no entanto, é a sua lente grande-ângular que permite capturar mais informação da imagem. Apesar de não ter um grande salto em relação a câmera de selfie do Moto Z, é uma experiência agradável tirar uma foto em boa iluminação.

Câmeras principais

O Moto Z2 Force conta com um conjunto de duas lentes de 12 MP na câmera traseira. Esse não é o primeiro smartphone da empresa com a tecnologia, já que vimos também o Moto G5S Plus e o Moto X4. O uso do “Modo Profundidade” é um dos destaques do aparelho e o mais interessante é que o foco é totalmente ajustável após tirar a foto.

Na verdade, apesar de usar o “Modo Profundidade” para as fotos, é só ao editá-la que você pode ver o efeito bokeh. Durante os testes não tive problemas para focalizar objetos, as fotos saíram bem naturais e vivas. O único ponto que vale ressaltar é que ao usar as duas câmeras para desfocar o fundo, é necessário um ambiente bem iluminado, senão a foto sai muito mais escuro que o normal. Essa não é uma limitação apenas da Motorola, já que o iPhone 8 Plus e o iPhone X também precisam de uma boa luz para um bom retrato.

Moto Snaps

O que seria da análise do Moto Z2 Force se não falássemos dos Moto Snaps? Os acessórios modulares foram apresentados no ano passado e desde então a família aumentou. O que antes era apenas os snaps de Power Pack, câmera Hasselblad, caixa de som da JBL, e Insta-share Projector, cresceu para uma nova câmera 360, Gamepad, segundas  gerações do Power Pack e também da caixa de som da JBL.

Os acessórios custam acima dos R$ 399, o que é um tanto salgado para fazer a coleção completa. O lado bom é que a Motorola vende combos que incluem o aparelho mais um ou dois Snaps. O difícil é escolher os preferidos. Durante os testes, pudemos usar o Snap de Power Pack, já mencionado na seção “Bateria” e o Insta-share Projector, que projeta a tela do smartphone na parede, o que é bem bacana.

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O uso ideal do acessório é no escuro e a dica é usar fones de ouvido bluetooth, pois o projetor não amplifica o som e o áudio do Moto Z2 Force é mais baixo do que o esperado, sendo complicado até em algumas ligações telefônicas de ouvir a pessoa do outro lado. Mesmo assim, tire a TV da parede e veja os novos episódios de Black Mirror pelo Moto Snap, é uma experiência única. É uma pena, porém, que o acessório esquente muito e a autonomia dele não passe de poucas horas. Mesmo assim, continua sendo um projetor ridiculamente pequeno e potente, apesar da resolução de 480p.

Conclusão

O Moto Z2 Force tem um poder de processamento impressionante, mas não cativa o usuário pelo design. Para os fãs da marca, encontrarão no Z2 Force um aparelho à prova de desastratados, uma câmera dupla interessante e um mar de possibilidades com os Moto Snaps. Por outro lado, o consumidor vai ter um smartphone sem entrada padrão para fone de ouvido, saída de áudio razoável e um celular muito parecido com a versão anterior e também com todos os outros lançamento de 2017. O aparelho já pode ser encontrado por incríveis R$ 2.000,00 no Carrefour o que para um top de linha é um preço e tanto – outro competidor nessa mesma faixa é o LG G6, que não tem o processador mais recente, o Snapdragon 835. O Moto Z2 Force é uma boa escolha para quem quer ter a experiencia de um “Android puro”, ter muita bateria (ao escolher um combo com o Power Pack) e não queira ter que gastar mais dinheiro para consertar a tela do aparelho.

Especificações Técnicas

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