Uma história emocionante da Annapurna

Começamos Stray ao lado de nossa família. Como o nome do jogo sugere, nós somos um gato sem dono, livre, solto e que vive ao lado de seus amigos, vivendo altas aventuras felinas por aí. Mas, por causa de um pequeno acidente, nosso gato é jogado em uma cidade sem luz, escura, abandonada e com muito lixo ao redor. Você percebe que não existe nenhuma saída, é impossível voltar para os seus amigos, e a única forma de nos juntarmos à nossa família é seguindo em frente. Conforme vamos andamos pelos corredores desta cidade vazia, uma luz surge pedindo ajuda! Seguimos as mensagens deixadas pela luz misteriosa, só para encontrarmos com uma espécie de monstro capaz de devorar tudo no seu caminho. Felizmente, conseguimos fugir destes monstros horríveis, e além disso finalmente descobrimos de onde estas mensagens misteriosas vieram! Um robozinho chamado B-12, preso há mais de 100 anos, precisa da sua ajuda para descobrir o mistério sobre esta cidade perdida. Em troca, ele promete te ajudar a voltar para a superfície, de volta para a liberdade! Esta amizade entre B-12 e o Gato evolui ao entrar nas favelas, uma parte da cidade habitada por robôs humanoides. Estes robôs sentem medo ao encontrar você pela primeira vez! Afinal, é a única coisa orgânica que aparece na cidade que não deseja devorar seus corpos metálicos. Com o tempo, você consegue acalmar os robôs, e percebe que eles não são tão diferentes dos humanos que um dia habitaram esta cidade. O guardião da cidade diz que a única forma de retornar para a superfície é encontrando os Extramuros, uma legião de robôs que cansaram de viver presos nesta cidade de metal e sonham em um dia ver o céu azul além da fronteira. Com esta informação, você e B-12 partem numa aventura repleta de compaixão, puzzles, humanidade e liberdade. Stray conseguiu me emocionar de formas que eu não imaginaria que fossem acontecer! É inacreditável como uma história sobre um gatinho perdido e robôs numa cidade futurista pode ressonar tão bem com o caminho que o nosso mundo está levando. O jogo consegue fazer você notar o quão importante a nossa humanidade e liberdade é, e devemos fazer de tudo para não abrir mão disso, por mais que pareça impossível.

Gameplay simples, porém funcional

Stray é um jogo simples de aventura, exploração e mistério. Apesar de existir inimigos no jogo, seja os Zurks ou os Sentinelas, o jogo não tem nenhum tipo de combate, afinal, você é só um gatinho. Suas defesas contra os inimigos se resumem a usar as habilidades felinas de esquivar, correr e pular para fugir do perigo. Apesar de existir um breve período onde você consegue “lutar de volta” com a ajuda de B-12, é passageiro e não dura muito. Stray também é um jogo de plataforma, que combina demais com o movimento de um felino. Para resolver puzzles, explorar distritos e encontrar objetos de interesse, você deve arranhar, pular, escalar e correr por telhados antigos, em uma cidade claustrofóbica com muitos acessos. A gameplay é simples, mas funciona do jeito que deve funcionar. As respostas das animações do gato são bem fluídas, e o HUD do jogo é bem intuitivo para você entender exatamente onde é possível escalar. É muito fácil lembrar de jogos de aventura clássicos que eu jogava no meu PC, e isto foi uma surpresa muito agradável. É possível terminar o jogo com “apenas” 8 horas, mas eu tenho certeza que você vai terminar o game com um gostinho de quero mais.

Direção de arte é de encher os olhos

A direção de arte de Stray é um dos pontos mais fortes do jogo. É incrível o que a equipe da BlueTwelve conseguiu fazer em um jogo relativamente simples, e arrisco dizer ser um dos jogos mais bonitos do PlayStation 5 até agora! Os detalhes no cenário, na iluminação, o design de seus personagens, cores vivas, prédios com neon e ambiente fazem este mundo se tornar vivo, excêntrico e gostoso de explorar. É também muito legal como cada distrito do jogo difere um do outro, dando um destaque maior na diferença de cultura e classe social dos robôs que vivem acima dos outros. E é claro que eu não posso deixar de citar o protagonista! Como o dono de um gatinho, eu não podia parar de comparar as animações do personagem no jogo com os movimentos que o meu bichinho faz, e é essa pequena atenção aos detalhes que fez com que Stray entrasse no meu coração como um grande exemplo de como a direção de arte é importante para os jogos terem seu destaque.

Poucos bugs, mas nada que atrapalhe a jogatina

Infelizmente, nem tudo consegue ser 100% perfeito. Além de alguns bugs visuais, como personagens fazendo o T-Pose ou suas roupas aparecerem flutuando ao lado de seus corpos, o jogo também apresentava alguns bugs sérios onde meu personagem ficava preso dentro da parede, de objetos ou simplesmente não se mexia. Mais de uma vez eu precisei reiniciar o último checkpoint, e apesar de isso não atrapalhar tanto quanto devia, é sempre chato ter que refazer seus passos do início. Os bugs técnicos eram raros, mas não posso fingir que não existem.

Conclusão

Stray se tornou o jogo mais bem sucedido da Annapurna Interactive, e é bem fácil entender o motivo! Sua história, gameplay, design e conteúdo é o suficiente para atrair uma nova legião de fãs de todas as idades! Afinal, quem não gosta de gatinhos fofos? É um lindo jogo sobre humanidade, liberdade e sacrifício. O seu mundo cheio de detalhes criado pelos artistas da BlueTwelve vai ficar sempre na minha memória, e sua história vai sempre me lembrar de continuar em frente para atingir os meus objetivos. Dito isso, eu diria que Stray é obrigatório para fãs de aventura, mistério, ficção científica e… gatinhos! Com o jogo chegando gratuitamente para membros da PlayStation Plus Deluxe, é óbvio que eu recomendo que você dê uma chance à ele. Eu tenho certeza que Stray vai te deixar emocionado e satisfeito após se aventurar neste universo magnifico. Veja também: Interessado em mais análises de jogos? Confira nossa análise sobre Sonic Origins.

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