Comparando celulares novos com antigos de uma categoria superior, mas que estejam na mesma faixa de preço, qual será a melhor escolha — ou a mais racional? Pensando em falar mais sobre este assunto, trazemos uma análise sobre pontos chaves na decisão por escolher um smartphone intermediário de 2022 ou um smartphone premium de 2020, para você decidir qual o melhor celular para comprar. Confira agora mesmo!
Design
A categoria de smartphones intermediários tem recebido uma maior atenção em termos de design, com os fabricantes afirmando que buscam trazer uma experiência premium para modelos mais baratos. Entretanto, não há como negar que um smartphone premium antigo traz uma melhor escolha de materiais que um intermediário de 2022. A começar pelo acabamento do corpo dos aparelhos, é notório que os intermediários, na sua grande maioria, são construídos em plástico — ainda que com diferentes toques de acabamento, como cores iridescentes e uso de texturas. É claro que o plástico não vai mudar a experiência com o aparelho, mas em questão de durabilidade, pode ser mais interessante ter um modelo com traseira de vidro, que geralmente acompanha uma proteção Corning Gorila Glass — menos suscetível a riscos e desgaste do acabamento superficial. Jogando a favor dos modelos intermediários, muitos ainda possuem entrada de fone de ouvido P2 (3,5mm), que já caiu em desuso na maior parte dos flagships. Outro item que pode estar em falta num smartphone premium antigo é o carregador de tomada, que deixou de fazer parte do pacote do iPhone e dos Galaxy S.
Câmeras
Este é um dos pontos (se não o mais) decisivos na hora de trocar de smartphone. As empresas estão investindo alto em melhor processamento de imagem e assistência por inteligência artificial nas câmeras dos smartphones mais recentes, incluindo a categoria de intermediários. Entretanto, características como sensores maiores, melhor qualidade nos elementos ópticos e processadores mais potentes produzem uma melhor qualidade na fotografia em smartphones premium de dois anos atrás. Um exemplo prático é a comparação dos sensores do Xiaomi Mi 10 Pro 5G que foi lançado em 2020 e o Redmi Note 11+ Pro de 2022. O Redmi Note 11+ Pro possui uma lente principal de 108 MP, uma lente ultrawide de 8 MP, uma câmera macro com 2 MP e uma câmera com sensor de profundidade com 2 MP. Já o Xiaomi Mi 10 Pro 5G possui além da câmera principal de 108 MP, uma lente ultra-wide de 13 MP e duas telefoto de 2 MP: uma curta e uma longa. Os modelos possuem a mesma resolução na lente principal de 108 MP, mas o sensor do Xiaomi Mi 10 Pro 5G é maior do que está presente no smartphone de 2022 e permite maior entrada de luz — produzindo fotos com mais qualidade e menos ruído. O grande benefício é que: como fazem parte de uma categoria mais premium e focada geralmente para fotografia, os modelos que foram lançados em 2020 possuem um jogo de lentes mais completo em comparação a um smartphone intermediário novo. Veja também a comparação entre os modelos da Samsung, o Galaxy A53 e o Galaxy S20 Ultra: o modelo de 2022 possui uma lente principal de 64 MP, enquanto o smartphone premium antigo chegou ao mercado com uma câmera principal 108 MP com um sensor maior e zoom óptico de 10x. É importante definir dois modelos e analisar os resultados práticos para saber qual é a melhor opção para seu dia a dia ao fazer a troca de smartphone.
Processador e memória
Os processadores estão em constante evolução com o passar dos anos, mas isso não significa que o chipset de um smartphone premium antigo vai decepcionar. Até porque, além da menor potência, os modelos da categoria intermediária possuem uma menor quantidade de memória RAM disponível para rodar todos os aplicativos. Para exemplificar, trazemos abaixo a pontuação do Galaxy S20 Ultra e Galaxy A53 no Antutu Benchmark, que mede a capacidade de processamento de cada aparelho: É notório que o smartphone premium de 2020 possui uma performance 51% superior ao intermediário de 2022, com destaque para a GPU do S20 Ultra que apresenta 87% a mais de performance que a do Galaxy A53. Esta diferença resulta em uma melhor performance no geral, mas principalmente um ótimo desempenho em aplicações de vídeo e jogos. É claro que no dia a dia, você pode não perceber essa diferença, mas os modelos menos potentes e com menos memória RAM podem esquentar mais rapidamente. O Galaxy S20 Ultra possui até 16 GB de RAM, enquanto o Galaxy A53 conta com 8GB de RAM. Também é importante considerar o modelo de processador que está presente nos modelos e claro, optar pelo smartphone que tiver um chipset com maior potência. Modelos intermediários como o Redmi Note 11 Pro+ e o Realme 9 Pro+ já possuem suporte para a tecnologia de RAM virtual, que na prática utiliza uma parte do armazenamento interno para entregar mais potência para os usuários. Mas entenda que, mesmo com isso, a potência de um smartphone premium antigo pode não ser atingida. Quando falamos sobre a Apple, o intermediário iPhone SE 2022, que possui o processador do iPhone 13, consegue atingir mais pontos no Antutu Benchmark em uma comparação com o iPhone 11 de dois anos atrás. Veja: Apesar disso, o iPhone 11 possui melhores câmeras, tela maior e Face ID, entre outras características, que não estão presentes no iPhone SE. Estes dados nos mostram que apesar de um bom processador, o usuário também precisa analisar os demais pontos que mais valoriza quando for fazer a troca de smartphone (seja ele fabricado em 2020 ou em 2022).
Bateria
Muitas pessoas acreditam que uma maior quantidade de miliamperes pode significar mais tempo longe da tomada, entretanto apenas parte dessa afirmação é verdadeira. Modelos intermediários de 2022 e smartphones premium antigos possuem em média, uma bateria entre 4.000 mAh e 5.000 mAh, mas o fator de chegada ao mercado mais recente acaba ajudando os modelos mais novos. Em primeiro lugar, um smartphone que foi fabricado há dois anos pode entregar menos energia do que o projetado, mesmo que nunca tenha sido utilizado. A bateria se degrada com o passar do tempo, e este é um dos pontos negativos em comprar um smartphone premium antigo. Se optar pela compra de um celular topo de linha usado, lembre-se que a bateria já passou por uma série de ciclos de carga e descarga, reduzindo ainda mais sua capacidade real. Já os celulares intermediários mais recentes trazem processadores menos potentes, mas também mais eficientes, que promovem uma maior autonomia de energia. E claro, um celular novo terá a plena capacidade de armazenamento de energia, entregando a autonomia esperada. Com relação às tecnologias de carregamento, os smartphones premium levam vantagem. Utilizando como referência o Galaxy S20 Ultra, ele aceita carregamento super rápido de 45W (USB-C), com suporte a carregamento sem fio de 15W (padrão Qi) e Wireless PowerShare, que permite recarregar outros dispositivos sem fio utilizando a energia armazenada em sua bateria. Já o Galaxy A53 possui apenas suporte a carregamento rápido de 25W, via USB-C.
Sistema operacional e conectividade
Google e Apple promovem atualizações anuais de seus sistemas operacionais, promovendo novas versões do Android e iOS com mais funcionalidades e melhor experiência do usuário. Quando vamos escolher um smartphone para comprar, é importante levar em consideração sua probabilidade de receber atualizações do sistema operacional. Enquanto a Apple consegue oferecer atualizações do iOS por mais tempo — o iOS 15 está presente até o iPhone 6, lançado em 2014 — o Google não consegue garantir muitas atualizações para os smartphones Android por uma simples razão: cada fabricante de smartphone é responsável por fornecer as atualizações para seus produtos. A Samsung, por exemplo, anunciou este ano que vai garantir um ciclo de atualizações do sistema operacional por quatro gerações para os modelos lançados a partir de 2022, e alguns modelos selecionados da linha Galaxy S e Galaxy Z a partir de 2021. Entretanto, modelos anteriores — como o Galaxy S20 Ultra — ficarão de fora, devendo ter o Android 13 como última versão disponível do sistema. Dessa forma, se você é uma pessoa que gosta de ter acesso às novas versões de sistema operacionais para conferir as novidades, pode valer mais a pena investir em um celular intermediário de 2022. As atualizações de segurança são um caso à parte, já que estas são disponibilizadas mensalmente via download por até 5 anos por todas as fabricantes. Muitos modelos mais baratos também já chegam ao mercado com suporte para Wi-Fi 6E e Bluetooth 5.2, o que garante uma melhor experiência conectada. As redes 5G também estão chegando à categoria de celulares da categoria intermediária e vale lembrar que muitos smartphones de 2020 ainda não possuíam esta funcionalidade. Atente-se a estes pontos antes de tomar uma decisão de compra.
Preço
Quando um novo modelo chega ao mercado, é natural que as empresas deixem de fabricar o lançamento anterior, o que provoca uma escassez do modelo. Dessa forma, você precisa avaliar se o smartphone premium de 2020 não está sendo vendido por valor semelhante ou até mesmo mais alto do que seu substituto. Um exemplo é o Galaxy S20 Ultra, que pode ser encontrado por R$ 5.894 na Fast Shop, enquanto o Galaxy S21 Ultra está sendo vendido por R$ 5.399 no Magalu. Quanto mais antigo for o smartphone, mais difícil (e mais caro) pode ser para que você possa encontrá-lo no mercado. Veja o preço dos demais modelos que citamos nesta matéria:
Galaxy A53: R$ 2.434 no Magazine Luiza;iPhone SE 2022: a partir de R$ 3.514 no Magazine Luiza;iPhone 11: a partir de R$ 3.654 no Submarino;Redmi Note 11+ : a partir de R$ 2.549 no Submarino;Xiaomi Mi 10: R$ 2.990 no Carrefour.
Uma boa forma de economizar na hora da troca de smartphone é optar por lojas que recondicionam aparelhos e os colocam de volta no mercado. É importante ter em mente que você não terá um aparelho novo e funcionando como se tivesse sido fabricado em 2022, mas a economia pode valer a pena. A Trocafone, por exemplo, oferece garantia de 90 dias após a compra, mas alerta que a proteção original contra água nos smartphones deixa de existir, já que os aparelhos são abertos para revisão. Ainda assim, considere os pontos positivos de um modelo intermediário de 2022 ou até mesmo a geração que foi lançada no ano passado para saber se você está realmente fazendo a compra do melhor smartphone.
Conclusão
Como você percebeu, existem muitos pontos em que os modelos que foram lançados em 2020 ainda se destacam bastante, mas o atual preço e principalmente a disponibilidade no mercado devem ser decisivos para você fazer ou não esta compra. Outro fator importante é a garantia: se optar por comprar modelos usados, com toda certeza não haverá como acionar a fabricante por conta de algum problema interno, o que resultará em gastos adicionais. Empresas como a Trocafone já vendem celulares antigos recondicionados com garantia de 90 dias, o que pode ser uma opção interessante para quem está pensando em adquirir um smartphone premium antigo em vez de um intermediário de 2022. De todas as formas, vale a pena seguir aquela regra básica: analise o tipo de usuário que você é e principalmente o que está disposto a abrir mão para ter um modelo mais potente. Você preferia um smartphone considerado topo de linha em 2020 ou um celular intermediário lançado este ano? Diga pra gente nos comentários!
Veja também
Saiba se vale a pena trocar o Galaxy S21 pelo Galaxy S22 Ultra. Fontes: Mrwhosetheboss l Antutu Benchmark