Impressionante estrela descoberta
A deslumbrante nova foto que a NASA compartilhou na quarta-feira (16), mostra a forma de “ampulheta ardente” feita por uma estrela em sua fase de nascimento. O telescópio tirou o retrato usando sua câmera de infravermelho próximo (NIRCam), que pode capturar cenas na faixa de comprimento de onda de 0,6 a 5 mícrons — além de também poder ser detectável no espectro visível. A protoestrela e sua nuvem escura, ambas denominadas L1527, estão localizadas na região de formação estelar de Touro, a cerca de 460 anos-luz da Terra. Os cientistas estimam que L1527 tenha cerca de 100.000 anos, o que é relativamente jovem em termos estelares — este corpo celeste quente e brilhante ainda tem um longo caminho a percorrer antes de se tornar uma estrela adulta. Um exemplo a fins de comparação mais próxima fica por conta do nosso Sol, que por sua vez tem cerca de 4,6 bilhões de anos. Os pesquisadores consideram L1527 uma estrela de classe 0, que representa o estágio inicial da formação estelar. Eventualmente, o L1527 criará sua própria energia por meio da fusão nuclear do hidrogênio, que é uma marca registrada das estrelas. Mas por enquanto ainda ela ainda se apresenta como um feixe de gás instável e inchado que continua a ganhar massa. Novamente comparando a jovem estrela ao nosso Sol, L1527 tem cerca de 20 a 40 por cento da massa da estrela que nos aquece. Essa estrela, embora não visível na imagem de Webb, está situada no centro, localizada mais ao centro do estreito pescoço da forma de ampulheta. A linha escura que passa pelo meio é uma densa faixa de material chamada de “acreção” ou “disco protoplanetário“, que se formou como resultado da própria jovem estrela acumulando massa e atraindo poeira e gás densos para si. À medida que o disco de acreção em espiral alimenta o material para L1527, a protoestrela ganhará ainda mais massa, o que fará com que seu núcleo se comprima e aqueça. Com tempo suficiente, a temperatura aumentará tanto que a fusão nuclear poderá dar início. O disco tem aproximadamente o tamanho do nosso sistema solar — mas as semelhanças não param por aí. É provável que parte da poeira e do gás comece a se aglomerar, e esses aglomerados podem eventualmente se tornar planetas. Como tal, L1527 pode um dia se tornar seu próprio sistema solar. As nuvens que aparecem na cor laranja e azul na foto capturada pelo telescópio — as metades superior e inferior da forma de ampulheta — são regiões onde o material expelido da estrela colidiu com a matéria circundante. Essas áreas marcam os limites das cavidades abertas pelas ejeções, que os cientistas também chamam de “arrotos estelares”, uma maneira um tanto quanto popular para se referir e identificar os fenômenos.
Alta capacidade de expansão
À medida que a protoestrela lança material, ela também choca com os filamentos de hidrogênio molecular, impedindo que outras novas estrelas se formem na região. Isso significa que a protoestrela pode manter a maior parte da matéria circundante para si e não precisa compartilhá-la. Camadas de poeira entre Webb e a estrela dão às regiões suas cores diferentes. Uma fina camada de poeira permite que muita luz azul escape, criando as áreas mais azuis. Assim como uma camada mais espessa de poeira, por outro lado, não deixa passar tanta luz azul, dando origem aos registros mais alaranjados. A imagem que tanto chamou atenção da L1527 é apenas um dos muitos registros que o telescópio James Webb enviou de volta aos cientistas desde o lançamento em dezembro de 2021 — quase fazendo aniversário! Uma colaboração entre a NASA, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Canadense (CSA), o telescópio de alta tecnologia também revelou galáxias distantes, expôs os anéis difíceis de ver de Netuno e nos deu novas visões de velhos favoritos, como os Pilares da Criação, para citar alguns. Veja também: Telescópio James Webb captura novas imagens detalhadas de Netuno. Fonte: NASA e Smithsonian Magazine.