Isto será possível graças a um acordo que a empresa assinou com a NASA, que fará com que a empresa se responsabilize pela criação de um novo programa para o preparo e envio de astronautas da iniciativa privada ao espaço junto com a agência espacial dos Estados Unidos. Isso significa que a Virgin ficará responsável por conectar pessoas ou empresas interessadas em enviar alguém para o espaço com aqueles que possuem os meios de efetuar essa viagem, além de coordenar todos os recursos necessários — tanto na Terra quanto no espaço — para que a viagem seja efetuada com total segurança. O acordo ainda atesta que todos os planos desenvolvidos pela Virgin Galactic passarão por revisão e aprovação da NASA antes de serem colocados em prática, e é a agência espacial que irá decretar se a empresa tem mesmo a capacidade de organizar todo um programa espacial para enviar civis para a ISS. Quanto a este programa, a Virgin Galactic já decretou que está desenvolvendo todo um treinamento que irá preparar essas pessoas não apenas para os rigores da viagem espacial em si, mas também o básico do que precisarão fazer para operar e viver de maneira “confortável” na Estação Espacial Internacional — e muito provavelmente este treinamento será efetuado dentro das instalações da empresa na Spaceport America, uma base espacial comercial localizada no estado do Novo México. Esta parceria com a Virgin faz parte também de um plano da NASA em “abrir” a ISS (um projeto que por décadas foi de uso exclusivo para fins acadêmicos e governamentais) para fins comerciais — uma ambição que permitirá também que Tom Cruise protagonize o primeiro filme que será gravado no espaço.
O futuro da Virgin Galactic
Ainda que o objetivo do projeto seja similar ao da Space Adventures, uma empresa de turismo espacial voltada a levar clientes milionários ao espaço, a Virgin Galactic afirmou que está interessada numa gama mais variada de clientes, e irá procurar não apenas pessoas que queiram viajar ao espaço por lazer, mas também empresas e órgãos governamentais que queiram enviar cientistas e pesquisadores para a ISS a fim de efetuar experimentos em ambientes de microgravidade. O acordo com a NASA marca ainda uma mudança de foco da Virgin Galactic, que há anos tem se dedicado a viagens suborbitais, usando o avião à jato VSS Unity para levar passageiros nos limites de órbita do planeta — e fazer essas pessoas sentirem os efeitos da microgravidade durante alguns instantes — antes de retornar para a pista de pouso. Até o momento, a Virgin Galactic ainda não efetuou nenhuma operação comercial na área de turismo espacial, e no total enviou apenas cinco pessoas para o espaço — apenas em vôos de teste. Mas a empresa afirma que a experiência que tem com os voos suborbitais, além do fato de boa parte de seus funcionários já terem trabalhado anteriormente em programas espaciais da NASA, faz dela o parceiro perfeito para gerenciar um programa de lançamentos comerciais para a agência espacial dos Estados Unidos. Atualmente, a empresa possui duas opções de veículos que podem se contratados para o envio de pessoas ao espaço: a nave Crew Dragon da SpaceX, que recentemente levou com sucesso dois astronautas para a ISS e que vende cada assento a uma média de US$ 60 milhões; e a Soyuz, a nave russa que é relativamente mais cara (cerca de US$ 80 milhões para cada assento) mas que também é a mais confiável, já que possui mais de uma década de viagens de sucesso à ISS em seu currículo. Além destas duas opções, a nave CST-100 Starliner da Boeing aparece como uma possível terceira opção que poderá ser fretada pela Virgin, mas além de possivelmente ser a mais cara (cada assento deverá custar cerca de US$ 90 milhões) o veículo ainda está em fase de testes, e só deverá levar os primeiros passageiros para fora de órbita em meados de 2021. Até o momento, a Virgin Galactic não revelou qual destas opções será priorizada pela companhia, mas Mike Moses, presidente da empresa e que já trabalhou na NASA, afirmou que o programa de treinamentos dela deverá levar em conta as particularidades do tipo de veículo que os clientes irão utilizar para serem transportados para fora de órbita. Fonte: Virgin Galactic